Fórum do Futuro 2018 regressa ao Porto e abre com líder das Pussy Riot

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Porto Canal com Lusa

A música e ativista Nadya Tolokonnikova, fundadora da banda punk feminista russa Pussy Riot, é uma das convidadas da abertura do Fórum do Futuro 2018, evento que acontece no Porto, entre 04 e 10 de novembro, e considerado um 'statement político da cidade", pelo presidente da Câmara do Porto.

Atualizado 13-10-2018 13:10

"A edição deste ano (...) parte da Antiguidade e da sua manifestação na cultura contemporânea para uma reflexão sobre o nosso tempo e principalmente sobre o futuro, cruzando disciplinas artísticas e temas como a memória, o corpo, o mito e também a liberdade", declarou hoje o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, classificando o evento de um "'statement' [momento de afirmação] político da cidade".

O Fórum do Futuro, um festival de pensamento que decorre anualmente na cidade do Porto e que este ano tem um orçamento de 225 mil euros (mais 30 mil do que em 2017), vai abrir portas no próximo dia 04 de novembro, pelas 16:00, no Rivoli, com o artista Ali Cherri a apresentar, no primeiro ato, o "Water Blues", uma "reflexão sobre o poder que a lama exerce sobre nós como material e metáfora".

No segundo ato da abertura, também no Rivoli, é apresentado o vídeo intitulado "Hidden Park", do artista Guan Xiao, que vai abordar os temas do corpo e da humanidade como "figuras que persistem no tempo".

A abertura do Fórum do Futuro, que este ano tem como tema de fundo "Ágora Club", termina com um terceiro ato em que Nadya Tolokonnikova, a artista e ativista política e líder da banda Pussy Riot, vem falar de "Ativismo artístico na Grécia Antiga".

Nadya Tolokonnikova, que foi presa pela sua "oração punk" numa catedral de Moscovo, defende a ideia de que a "Grécia antiga é pátria não só da filosofia académica escrita de Platão e Aristóteles, mas também da tradição de uma filosofia prática".

O coletivo de Londres Slavs and Tatars abre o segundo dia do Fórum do Futuro pelas 17:00, no Rivoli, com "Transliterative Tease", onde se vai falar sobre como Lenine acreditava que "a revolução de Leste começaria com a latinização dos alfabetos de todos os muçulmanos da URSS", lê-se no dossiê de imprensa entregue aos jornalistas.

O filósofo e sociólogo italiano Mavrizio Lazzarato, que vem falar do "Império da Dívida", e o astrofísico Mikhel Mayor, que refletirá sobre a "pluralidade de mundos no cosmos", são outros participantes no segundo dia do Fórum do Futuro.

O arquiteto Toyo Ito, vencedor do Prémio Pritzker em 2013, que vai estar pela primeira vez em Portugal, marca o terceiro dia do Fórum do Futuro com o tema "Nova arena pública, novo espaço público", falando das "novas ágoras" dos tempos de hoje (as novas praças públicas, os novos espaços de encontro e de reunião).

O evento, que conta com várias dezenas de palestras durante uma semana, termina no dia 10 de novembro, pelas 19:00, no Rivoli, e a sessão de encerramento é organizada novamente em três atos, tal como na abertura, contando com a participação da arquitetura Eva Franch, que vai falar sobre "Histórias e Futuros/Poder e Alteridade", bem como do artista Guan Xiao, que vem apresentar a obra "David", sobre a estátua homónima de Michelangelo.

O escritor e jornalista Pankal Mishra, primeiro autor não ocidental a ser galardoado com o "Leipzig Book Award for European Understanding", encerra a sessão com um debate sobre a necessidade de rever a nossa compreensão do mundo, "dado que a história do Ocidente, nascida na Antiguidade Clássica, tem continuamente ignorado e apagado os feitos de outras sociedades e civilizações".

O coletivo de seis músicos "Candeleros", originários de várias regiões entre a Colômbia e a Venezuela, atua as 23:30, no Rivoli, com o "Baile de Cúmbia", um concerto com música de origens indígenas ancestrais, marcando o fim da 5.ª edição do Fórum do Futuro.

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