FMI diz que Angola enfrenta recessão económica pelo terceiro ano consecutivo
Porto Canal com Lusa
Bali, Indonésia, 09 out (Lusa) - O Fundo Monetário Internacional reviu em baixa as previsões para Angola, prevendo agora uma ligeira recessão de 0,1% para este ano, o terceiro consecutivo de crescimento negativo, e antevê um crescimento de 3,1% em 2019.
"Em Angola, o segundo maior exportador da África Subsariana, o PIB real deve encolher 0,1% em 2018, seguindo uma recessão de 2,5% em 2017, mas projetamos que cresça 3,1% em 2019, com a recuperação a ser alimentada por um sistema de alocação da moeda externa mais eficiente e mais disponibilidade de moeda externa devido à subida dos preços do petróleo", escrevem os peritos do FMI nas Previsões Económicas Mundiais ('World Economic Oulook').
Relativamente às previsões feitas em abril, quando os acionistas do FMI e Banco Mundial se reuniram em Washington, há uma forte revisão em baixa para Angola, já que o Fundo previa então um crescimento de 2,2% em 2018 e 2,4% em 2019, e pequenas correções nos restantes países lusófonos, mas pouco significativas.
Para o conjunto da África subsariana, o FMI prevê um crescimento de 3,1% este ano, 3,8% em 2019 e 4,1% em 2023, os crescimentos mais baixos desde a queda dos preços do petróleo, no verão de 2014.
No relatório, divulgado hoje em Bali, onde o FMI e o Banco Mundial realizam os Encontros Anuais, lê-se que "em Angola e na Nigéria, uma política monetária mais restritiva e a moderação no aumento dos preços alimentares contribuíram para uma inflação moderada".
O Fundo espera ver, em Angola, um abrandamento da inflação para os 20,5% em 2018, o que representa uma descida face aos 29,8% de aumento no ano passado, e uma nova diminuição para 15,8% no próximo ano.