Produtores de arroz na Tailândia em protesto para receberem subsídios
Porto Canal / Agências
Banguecoque, 04 fev (Lusa) - Os produtores de arroz continuaram hoje os protestos contra o Governo da Tailândia, bloqueando pelo terceiro dia consecutivo a autoestrada que liga a zona centro e sul do país, revelou a imprensa local.
Os agricultores exigem o pagamento de 130.000 milhões de baths (cerca de 2.900 milhões de euros) que o Governo tem de pagar pela última colheira de arroz e dentro do quadro de apoios concedidos.
Montados nos seus camiões, os manifestantes prolongaram por quatro ou cinco horas o trajeto até ao sul, o que dificulta o abastecimento de produtos da pesca oriundos das províncias do sul.
"Os transportadores puderam utilizar vias alternativas, mas com atrasos entre quatro a cinco horas", afirmou Yoo Chienyuenyongpong, presidente da Federação de Transportadores da Tailândia, referiu o "Bangkok Post".
O mesmo responsável acrescentou esperar que Governo e produtores de arroz cheguem a acordo para que seja possível terminar com o bloqueio.
Os agricultores em protesto são oriundos das regiões centro e oeste do país, que executam várias colheitas, já que os do norte e nordeste apenas conseguem uma produção anual e já receberam os apoios.
A primeira-ministra tailandesa, Yingluck Shinawatra, não conseguiu pagar aos produtores por estar a liderar um Governo interino.
Desde que foi aprovado em 2011, o programa de subsídios ao arroz tem sido uma fonte de problemas devido a uma dívida de ultrapassa atualmente 700.000 milhões de baths (cerca de 15.000 milhões de euros).
Yingluck enfrenta os produtores por falta de pagamento e uma investigação da Comissão Anticorrupção devido a alegadas irregularidades no processo.
O objetivo do Governo era garantir um preço mínimo para o arroz, de forma a ajudar os produtores, mas o aumento dos preços afastou a Tailândia da liderança mundial dos exportadores de arroz, num 'combate' mantido sempre com a Índia e o Vietname.
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