Tancos: Marcelo pede respeito pelo apuramento da verdade

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 05 out (Lusa) - O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reiterou hoje que relativamente ao conhecimento imputado ao ministro da Defesa quanto ao caso do desaparecimento de armas nos paióis de Tancos, "é preciso respeitar o apuramento da verdade".

"Neste momento, como disse ontem [quinta-feira], não tenho nada a acrescentar porque está uma investigação em curso e essa investigação está a prosseguir os seus trâmites. Devemos acompanhar aquilo que está a ser feito, não interferindo, respeitando e olhando depois para as conclusões", afirmou o chefe de Estado.

Nesse sentido, Marcelo de Sousa, que falava aos jornalistas a bordo do navio Escola Sagres, no âmbito das comemorações do 05 de Outubro, pediu para que se respeitasse "aquilo que é o apuramento da verdade e de algumas responsabilidades".

Na quinta-feira, o Presidente da República defendeu, também questionado sobre o conhecimento imputado ao ministro da Defesa quanto ao caso de Tancos, que há que aguardar que se apure "toda a verdade" para formular "um juízo preciso".

O chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas realçou que "está em curso uma investigação criminal" e acrescentou que "há que esperar que decorra e apure toda a verdade".

"Eu desde o início tenho defendido isso. Portanto, vamos esperar para ver quais são as conclusões", afirmou.

A edição `online´ do semanário Expresso divulgou na quinta-feira que o ex-porta-voz da Polícia Judiciária Militar (PJM), major Vasco Brazão, disse ao juiz de instrução da investigação à recuperação do material militar furtado em Tancos que, no final do ano passado, e já depois de as armas terem sido recuperadas, deu conhecimento ao ministro da Defesa, juntamente com o então diretor daquela polícia, da "encenação montada em conjunto com a GNR de Loulé em torno da recuperação as armas furtadas" do paiol nacional de Tancos.

Ainda na quinta-feira, em Bruxelas, o ministro da Defesa Nacional negou "categoricamente" que "tenha tido conhecimento de qualquer encobrimento neste processo".

Em 25 de setembro, a Polícia Judiciária deteve, no âmbito da Operação Húbris, que investiga o caso da recuperação, na Chamusca, em outubro de 2017, das armas furtadas em Tancos, o diretor e outros três responsáveis da PJM, um civil e três elementos do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé. Na segunda-feira chegou a Portugal e foi detido o major Vasco Brazão, que foi porta-voz da PJM e estava em missão na República Centro-Africana.

Segundo o Ministério Público, em causa estão "factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas".

O furto de material militar dos paióis de Tancos - instalação entretanto desativada - foi revelado no final de junho de 2017. Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.

FYS (IEL) // VAM

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