Funchal, 10 jun (Lusa) -- O Representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, defendeu hoje que o combate ao desemprego deve ser uma preocupação de todos e alertou para os riscos de "desintegração social" decorrentes da crise.

"O combate ao desemprego deve ser a preocupação de todos, pois está a montante e é uma das causas primárias da situação de crise em que nos encontramos", afirmou Ireneu Barreto, na cerimónia de agraciamento de personalidades madeirenses, no Palácio de São Lourenço, no Funchal, depois de referir a "elevada taxa de desemprego" na região.

Na iniciativa, no âmbito do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o juiz conselheiro considerou que o país precisa, "face à situação a que chegou, de uma renascença" que "permita acreditar e ter esperança".

"(...) Sem nunca abdicar de tentar resolver a crise económica, devemos deixar de nos focar exclusivamente nesta, como se ela se apresentasse como um fim em si mesmo e a vida humana não fosse mais do que a expressão de condições materiais", considerou, notando que "as soluções para os problemas económicos e sociais postulam um esforço da sociedade no seu todo".

Sobre a Madeira, Ireneu Barreto declarou que, "apesar de todas as dificuldades e vicissitudes, se tem vindo a registar um mais salutar relacionamento entre as forças políticas regionais", exemplificando com a "união de todas essas forças na defesa do Centro Internacional de Negócios" que classificou como "elemento estruturante" da economia, mas que, "inexplicavelmente não encontrou, até agora, quer em Bruxelas quer internamente um desenho satisfatório".

Neste âmbito, Ireneu Barreto registou também "a defesa de uma Lei das Finanças Regionais que, sem perder de vista o contexto nacional, acautele as reais necessidades, e o consenso na necessidade da revisão do Plano de Ajustamento Económico e Financeiro, tendo em conta as atuais circunstâncias".

À Madeira, Ireneu Barreto prometeu ainda "empenhamento para ajudar a concretizar e a aprofundar uma autonomia que responda às suas justas aspirações", entre elas "o respeito pelo princípio da continuidade territorial, o que implica a correção das desigualdades estruturais entre a região e as demais parcelas do território".

O Presidente da República distinguiu três personalidades madeirenses, a professora Cecília Berta Fernandes Pereira, o maestro João Eurico Martins e o padre José Bernardino de Abreu da Trindade.

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