Ministro afirma que redes intermunicipais de bibliotecas públicas reforçam coesão
Porto Canal com Lusa
Santarém, 19 set (Lusa) -- O ministro da Cultura disse hoje, em Santarém, que a criação de redes intermunicipais de bibliotecas públicas são um bom exemplo de "convergência" entre administração local e central, contribuindo para "a promoção e reforço da coesão social e territorial".
Luís Filipe de Castro Mendes falava na cerimónia de assinatura do acordo de cooperação para a constituição da Rede Intermunicipal de Bibliotecas da Lezíria do Tejo, o sétimo assinado com uma comunidade intermunicipal, que ocorreu hoje na sede da CIMLT, em Santarém.
Para o presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT), Pedro Ribeiro, o acordo hoje assinado com a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) constitui um bom exemplo de colaboração e de posicionamento da administração central "do lado da solução e não do lado do problema", postura que, no seu entender, se deveria estender a "outras áreas".
Pedro Ribeiro, que preside igualmente ao município de Almeirim (um dos 11 concelhos que compõem a CIMLT), lamentou que no "Terreiro do Paço" haja "dificuldade em perceber os problemas" colocados pelos municípios, pedindo, mais que recursos financeiros, que os serviços da administração central se ponham "do lado da solução" e que ajudem "a fazer mais e melhor".
Declarando-se em sintonia com esta preocupação, o ministro afirmou que muitas vezes a falta de resposta célere da administração se deve sobretudo a falta de recursos e de meios, resultado de "reestruturações feitas de uma maneira errada", que "continuam a pesar" porque o atual Governo "não pode reverter algumas coisas de um momento para o outro".
Castro Mendes destacou o trabalho que está a ser feito nesta área como resultante de "uma boa convergência" entre a DGLAB e o poder autárquico, no âmbito "da estratégia global prosseguida pelo Governo" e que considera a Cultura como "peça fundamental para o desenvolvimento sustentável do país", ao contribuir para "a promoção e reforço da coesão social e territorial".
O ministro afirmou que o acordo hoje assinado decorre do diagnóstico realizado nos últimos anos sobre o estádio de desenvolvimento da rede de bibliotecas públicas e que "revelou a necessidade urgente em desenhar e implementar uma nova estratégia de atuação, que consolide o trabalho excecional desenvolvido por muitos municípios, mas também que permita ajudar outros que ainda não reúnam condições ideais de serviços de leitura pública".
Castro Mendes referiu que a rede hoje constituída na Lezíria do Tejo se segue às que foram criadas, desde 2017, nas regiões do Cávado, de Coimbra, das Beiras e Serra da Estrela, do Oeste, do Alentejo Central e do Baixo Alentejo, devendo ser assinados mais dois acordos até ao final do ano.
Como exemplos do impacto desta colaboração, o ministro referiu a elaboração de regulamentos de empréstimo e de guias de gestão da coleção, a existência de propostas conjuntas a candidaturas ao Orçamento Participativo ou a celebração coletiva do Dia Mundial do Livro.
Apontou ainda a identificação de melhorias que poderão criar condições para que bibliotecas que ainda não fazem parte da rede nacional o possam vir a fazer e a oferta de ações de formação para bibliotecários.
Por outro lado, afirmou que o programa de apoio ao desenvolvimento de serviços em bibliotecas públicas vai permitir "colmatar dificuldades e deficiências identificadas" nos inquéritos realizados junto das bibliotecas, de forma a "reduzir desigualdades e assimetrias".
"É um programa ambicioso, mas absolutamente necessário e vai permitir lançar desafios para apoio a projetos das áreas das bibliotecas itinerantes, coleção, tecnologias de informação e comunicação, formação profissional e promoção das literacias", sublinhou.
A CIMLT integra os municípios de Almeirim, Alpiarça, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Golegã, Rio Maior, Salvaterra de Magos e Santarém, do distrito de Santarém, e ainda Azambuja, do distrito de Lisboa.
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