Fotografias de Edgar Martins integram exposição de obras de arte feitas por presidiários

| Mundo
Porto Canal com Lusa

Londres, 19 set (Lusa) - Uma série de fotografias do português Edgar Martins integra uma exposição de trabalhos feitos por presidiários patente ao público a partir de hoje no centro de artes Southbank Centre, em Londres.

"I'm Still Here" é a 11.ª exposição produzida pela Fundação Koestler, que promove programas artísticos nas prisões e apoia mais de 3.500 pessoas no sistema criminal para aprenderem novas competências e exprimirem-se de forma criativa.

As obras de arte em exposição, entre as quais pinturas, esculturas ou textos, foram produzidas por criminosos, reclusos em hospitais prisão e presidiários que participaram nos Prémios Koestler 2018.

Este ano, as peças foram selecionadas por cinco famílias de presos, escolhendo aquelas que consideraram mais relevantes e que ilustram as próprias experiências, através de artes plásticas, escrita ou música.

Ao contrário de edições anteriores, Edgar Martins foi convidado não para programar a exposição, mas para fazer parte da mostra, produzindo fotografias inéditas relacionadas com o ambiente das penitenciárias, como um telemóvel ou maços de cigarros.

"Foi solicitado a cada família que escolhesse um objeto representativo da sua experiência de encarceramento e foi com base nestes objetos que produzi as minhas imagens", contou o artista à agência Lusa.

As obras, apresentadas em conjunto com os trabalhos dos reclusos, são também um produto de um projeto que Edgar Martins tem estado a desenvolver nos últimos três anos na prisão de Birmingham e no bairro local de Wilson Green.

"Muitas das obras que apresentei não existem isoladamente deste contexto, pois têm em conta também as várias conversas, visitas e correspondência que eu próprio tenho mantido com prisioneiros em Birmingham", adiantou.

Martins sente-se realizado com o envolvimento com a Koestler Trust porque o seu trabalho pode assim ser contemplado por pessoas que nem sempre frequentam galerias ou museus de arte contemporânea.

"Como muito do trabalho tenta repensar a imagética associada à prisão ou encarceramento, foi importante apresentá-lo precisamente num contexto criado para apoiar prisioneiros ou ex-prisioneiros", vincou.

O projeto que Edgar Martins está a fazer em Birmingham, a desafio da organização GRAIN Projects, chama-se "What Photography has in Common with an Empty Vase: A Sociological Study of Absence and the Impossible Document".

As fotografias vão ser publicadas em livro em 2019 e expostas no Museu Nacional de Arte Contemporânea de Lisboa, no Museu de Arte de Macau em 2020 e ainda na Galeria Filomena Soares, em Lisboa, que passou a representar o artista.

A exposição "I'm Still Here", no Southbank Centre em Londres, mantém-se até 04 de novembro.

Edgar Martins nasceu em Évora, cresceu em Macau e vive atualmente em Bedford, no Reino Unido, e o seu trabalho tem vindo a ser exposto e premiado internacionalmente.

BM // JPS

Lusa/fim

+ notícias: Mundo

Homem ameaça fazer-se explodir no consulado do Irão em Paris

A polícia francesa cercou o consulado iraniano, esta sexta-feira, em Paris, depois de um homem ameaçar detonar explosivos presos ao corpo, segundo a agência Reuters.

Ex-membro da máfia de Nova Iorque escreve livro dirigido a empresários

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- Louis Ferrante, ex-membro do clã Gambino de Nova Iorque, disse à Lusa que o sistema bancário é violento e que escreveu um livro para "aconselhar" os empresários a "aprenderem com a máfia" a fazerem negócios mais eficazes.

Secretário-geral das Nações Unidas visita Moçambique de 20 a 22 de maio

Maputo, 06 mai (Lusa) - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, vai visitar Moçambique de 20 a 22 de maio, a primeira ao país desde que assumiu o cargo, em 2007, anunciou o representante do PNUD em Moçambique, Matthias Naab.