Ministro da Defesa condena "chacota" de Rui Rio sobre Forças Armadas e responde que "não vale tudo"

Ministro da Defesa condena "chacota" de Rui Rio sobre Forças Armadas e responde que "não vale tudo"
| Política
Porto Canal com Lusa

O ministro da Defesa condenou este domingo que se faça "chacota" com as Forças Armadas e defendeu que o Governo fez o seu dever no caso de Tancos, numa resposta às críticas do presidente do PSD ao Executivo.

Na sua página na rede social Facebook, Azeredo Lopes sustentou que em "política, como noutras esferas da vida, não devia valer tudo", criticando ainda que para "se fazer oposição" não se hesite em "tentar a todo o custo" a partidarização do Exército.

"O Governo fez o que lhe cabia e era seu dever, respondeu de forma célere e competente ao furto de Tancos e restabeleceu as condições de segurança do material militar à guarda das Forças Armadas, nomeadamente através da recolocação noutros paióis mais modernos, num tempo recorde, de mais de mil toneladas daquele material", escreveu.

O presidente do PSD, Rui Rio, defendeu hoje que o país tem de exigir ao Ministério Público que rapidamente faça a "acusação correta" no caso do furto de material de guerra em Tancos, considerando o Governo "incapaz de dar mais respostas".

Na sua intervenção no encerramento da Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, Rui Rio utilizou a ironia para descrever o roubo de material de guerra e recorreu mesmo a um célebre 'sketch' humorístico do falecido ator Raul Solnado sobre a ida à guerra para descrever a situação: "Os gatunos chegaram à guerra e estava fechada, aproveitaram para levar o que levaram", gracejou.

Na sua resposta, uma publicação com oito pontos, Azeredo Lopes reafirmou que não incumbe ao Governo a investigação do caso, que compete ao Ministério Público e defendeu que "é mau quando, para se fazer a oposição a qualquer preço, se confundem estes factos básicos, que se resumem ...ao princípio da separação de poderes".

"Se até aqui já é mau, é ainda pior, é péssimo quando, para se tentar ir "fazendo" oposição, se atacam ferozmente as Forças Armadas e, como no caso, o Exército, não se hesitando em tentar a todo o custo a sua partidarização", acusou o ministro da Defesa.

Azeredo Lopes sustentou que "fazer chacota com as Forças Armadas ou com as suas chefias quebra um consenso de décadas" na democracia portuguesa e "fere instituições que tanto fizeram e fazem por Portugal".

"Na política, como noutras esferas da vida, não devia valer tudo", acentuou Azeredo Lopes, que vai na próxima quarta-feira ao parlamento prestar mais esclarecimentos sobre o caso de Tancos, furto que foi divulgado pelo Exército em junho do ano passado.

+ notícias: Política

Costa considera que "ocasião fez a decisão" de interromper anterior legislatura

O ex-primeiro-ministro António Costa considera que a “ocasião fez a decisão” de o Presidente da República pôr termo “prematuramente” à anterior legislatura e que a direita andava frenética em busca de pretexto para a dissolução do parlamento.

As propostas dos partidos no combate à corrupção

A ministra da Justiça, Rita Júdice, reúne-se esta sexta-feira separadamente com deputados do PSD, PS e Chega, no parlamento, dando início ao diálogo em matéria de combate à corrupção anunciado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.