PM malaio cancela projetos financiados pela China no país

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Porto Canal com Lusa

Pequim, 21 ago (Lusa) - A agência estatal noticiosa da Malásia cita hoje o primeiro-ministro malaio, Mahathir Mohamad, a confirmar que cancelou projetos no país avaliados em milhares de milhões de dólares e apoiados pela liderança chinesa.

Mahathir produziu aquelas declarações na sequência de uma visita oficial a Pequim, onde esperava renegociar os termos dos contratos para aqueles projetos, financiados por bancos estatais chineses.

Em causa estão um projeto ferroviário ao longo da costa leste da península da Malásia, avaliado em 20 mil milhões de dólares (17,5 mil milhões de euros), e dois oleodutos.

O líder malaio disse aos jornalistas que ambos o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, entenderam os motivos para o cancelamento e "aceitaram-nos".

Os projetos encontravam-se suspensos, após o novo Governo da Malásia apelar a cortes drásticos, face à subida acentuada dos custos, estimados, no total, em 22 mil milhões de dólares (19 mil milhões de euros).

"Nós não queremos uma nova versão do colonialismo, porque os países pobres não conseguem competir com países ricos", afirmou Mahathir, na segunda-feira, em Pequim, após reunir-se com Li Keqiang.

Em maio passado, Mahathir sucedeu a Najib Razak, como primeiro-ministro da Malásia, após este ter perdido as eleições, afetado por vários escândalos de corrupção, alguns que envolvem investimentos chineses no país.

Os projetos são parte-chave da iniciativa chinesa Nova Rota da Seda, lançada em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, e que inclui uma malha ferroviária intercontinental, novos portos, aeroportos, centrais elétricas e zonas de comércio livre, visando ressuscitar vias comercias que remontam ao período do Império Romano, e então percorridas por caravanas.

Construídos por empresas chinesas e financiados pelos bancos estatais da China, os projetos no âmbito daquela iniciativa estendem-se à Europa, Ásia Central, África e Sudeste Asiático.

No entanto, o crescente endividamento dos países envolvidos face a Pequim acarreta riscos, como é exemplo o Sri Lanka, onde um porto de águas profundas construído por uma empresa estatal chinesa revelou-se um gasto incomportável para o país, que teve de entregar a concessão da infraestrutura e dos terrenos próximos à China, por um período de 99 anos.

"Nós não queremos uma situação como a do Sri Lanka, na qual eles não conseguiram pagar e os chineses acabaram por ficar com o projeto", afirmou o novo ministro malaio das Finanças, Lim Guan Eng, numa entrevista recente.

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