Amnistia Internacional critica governos que alimentam conflitos com venda de armas

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Porto Canal com Lusa

Londres, 20 ago (Lusa) - A Amnistia Internacional criticou hoje, em comunicado, a posição de vários governos, por "alimentarem conflitos" e por violarem o Tratado de Comércio de Armas Convencionais (TCAC) ao fornecerem armas a violadores dos Direitos Humanos.

No anúncio feito na semana em que se realiza a 4.ª Conferência dos Estados-parte do Tratado de Comércio de Armas Convencionais, a organização não-governamental (ONG) enumerou alguns casos recentes de violações do TCAC.

"No início do ano, o exército israelita, que recebeu generosos fornecimentos de armas dos Estados Unidos da América (EUA) e de países da União Europeia (UE) matou pelo menos 140 manifestantes palestinianos e feriu milhares em Gaza", disse Patrick Wilcken, investigador da Amnistia Internacional (AI) para o Controlo de Armas e Direitos Humanos.

"Enquanto isso, a coligação liderada pela Arábia Saudita, que conta com o apoio total do Reino Unido, França, EUA e outros, continua a causar sofrimento à população civil iemenita", acrescentou.

O TCAC, que entrou em vigor em 2014, proíbe a transferência de armas, munições e outros itens relacionados entre Estados quando há possibilidade de estes serem usados em crimes de guerra ou risco evidente de sérias violações dos direitos humanos.

A AI censurou a recusa do Reino Unido, França, EUA e outros em suspender as transações com a Arábia Saudita, e lembrou que, no último ano, um número crescente de países "reconheceu que armar a coligação liderada pelos sauditas pode implicá-los em crimes de guerra".

No comunicado, a ONG relembra ter renovado o apelo ao embargo às armas em Israel após o assassínio de 140 manifestantes palestinianos, "que não representavam uma ameaça iminente à vida", junto da vedação que separa a Faixa de Gaza de Israel.

A AI assinala que, para além dos EUA, também a Alemanha, França, Itália, Bulgária, República Checa e Coreia do Sul alimentam o arsenal israelita.

Na nota enviada à imprensa, a organização baseada em Londres queixa-se que estas situações foram tratadas com relutância em conferências passadas, "mesmo com casos bem documentados".

Patrick Wilcken lamentou a falta de vontade dos governos em corrigir esta situação.

"Tem havido uma esmagadora falta de vontade política dos Estados em adereçar os problemas e cumprir o tratado e em assegurar a responsabilidade em reportar o não cumprimento em conferências anteriores", constatou.

Antes do encontro de Tóquio, a Amnistia Internacional assinalou três outras possíveis violações do tratado: nos Camarões, na Nicarágua e nas Filipinas.

Às mãos dos grupos separatistas nas zonas anglófonas dos Camarões, as caçadeiras de origem sérvia Zastava M21 terão servido para executar vários civis na cidade Achigachia.

Na Nicarágua, as armas dos EUA, Brasil e México terão sido responsáveis pela morte de 300 pessoas pelas autoridades, em protestos.

Nas Filipinas, no âmbito da violenta luta contra a droga conduzida pelo Presidente Rodrigo Duterte, milhares de pessoas terão sido abatidas com pequenas armas importadas de Israel, Bulgária, África do Sul, Índia e Coreia do Sul, tendo a China e a Rússia também enviado armas para o país.

JYO // VM

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