Câmara de Gondomar “muito preocupada” com "análises anómalas" na praia de Melres
Porto Canal com Lusa
A câmara de Gondomar assumiu hoje estar "muito preocupada" com "picos de análises anómalas" a águas da praia fluvial de Melres, mas garantiu que "não há razão para desaconselhar" o uso do areal nem os banhos.
"Registamos picos com análises anómalas nesta praia [fluvial], mas não temos capacidade para perceber quais as razões para esta situação [e] a praia de Melres não está desaconselhada. Estamos muito preocupados com esta questão e reafirmamos o alerta e o pedido de envolvimento de todas as entidades para perceber o que se passa", disse o vereador da câmara de Gondomar, Carlos Brás.
O autarca respondia à agência Lusa quando confrontado com um comunicado do PSD/CDS-PP, no qual esta coligação, que é oposição em Gondomar, acusava o executivo socialista de demonstrar "inoperância" quanto à interdição da praia de Melres, um dos três areais fluviais classificados neste concelho do distrito do Porto.
Na nota enviada à Lusa, o PSD/CDS-PP refere que "a praia de Melres, uma das ‘joias da coroa' do Alto Concelho de Gondomar, continua contaminada".
"Foram, continuamente, e naqueles órgãos [câmara e assembleia municipal], solicitadas diligências, estudos e um acompanhamento desta situação, sem que tenha existido qualquer resultado nem tenham sido identificadas, de forma concreta, quais as entidades responsáveis pelo foco de poluição que atinge a praia de Melres", lê-se no comunicado do PSD/CDS-PP.
Questionada a autarquia liderada em maioria pelo PS, o vereador Carlos Brás garantiu que a praia pode ser usada, ainda que confirmando os "picos" e salientando "preocupação", e avançou que a câmara vai "insistir com as autoridades que tutelam a Via Navegável do Douro para que a monitorização seja mais apertada".
"De vez em quando esta situação acontece infelizmente. Também já aconteceu na Lomba e em Zebreiros [praias fluviais de Gondomar]. Não encontramos coerência nas análises. Não se pode ignorar que, nesta época do ano, há maior carga humana e carga fluvial no rio devido ao turismo, mas a ação não depende só de Gondomar", afirmou o autarca.
Carlos Brás contou à Lusa que em março reuniu com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e que da reunião ficou o compromisso de que todas as entidades com responsabilidades na Via Navegável do Douro, desde os agentes ambientais às várias câmaras municipais e responsáveis portuários, seriam envolvidas numa discussão sobre o tema.
"Não temos ‘feedback’ desse compromisso e reiteramos a necessidade de reunir todas as entidades", disse.
Contactada pela Lusa, a APA remeteu esclarecimentos para a próxima semana.