Chefes de urgência de obstetrícia do hospital Amadora-Sintra efetivam demissão

| País
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 15 ago (Lusa) - Os chefes de equipa do serviço de urgência de obstetrícia e ginecologia do hospital Amadora-Sintra concretizaram na terça-feira os pedidos de demissão que tinham apresentado, já que a administração não contratou especialistas, como exigiam, disse hoje fonte sindical.

"Uma vez que o Conselho de Administração e o Governo não responderam a qualquer das questões que os médicos colocaram - nomeadamente a contratação de especialistas para o serviço e a reorganização do serviço de urgência - e por considerarmos que a contratação de empresas de prestação de serviços pode mitigar o problema pontualmente, mas não tem nenhuma [consequência] estrutural, não há nenhuma razão para que os médicos não mantenham a demissão", disse à Lusa o presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

As cartas de demissão foram entregues no início de agosto e foi dado à administração do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) um prazo de 15 dias (que terminou na terça-feira) para resolver a situação.

Um dos chefes de equipa contactada pela Lusa confirmou hoje que as cartas de demissão não foram levantadas.

Devido à falta de médicos, há uma "situação de contingência" no serviço de urgência de obstetrícia: "A nada ser feito, irá naturalmente fechar a médio prazo, porque, se neste momento os médicos com 55 anos decidissem deixar de fazer noites e com 50 anos deixassem de fazer urgências, não havia ninguém para fazer o serviço de urgência no hospital Amadora-Sintra", descreveu Roque da Cunha.

Segundo o responsável do SIM, o Ministério da Saúde e o conselho de administração do hospital, "tal como em outras matérias, não fizeram nada para que o problema fosse resolvido".

O sindicato e os médicos consideram que a proposta apresentada, de contratação de profissionais de empresas de prestação de serviços, ou tarefeiros, não é uma solução.

Assim, explicou Roque da Cunha, a responsabilidade pelos problemas que ocorram "é do conselho de administração, uma vez que os médicos já entregaram minutas de exclusão de responsabilidade".

Trata-se da "posição dos chefes de equipa da urgência que é corroborada pela esmagadora maioria dos médicos, que também se solidarizaram com os responsáveis das equipas", acrescentou.

O presidente do SIM disse ainda que os responsáveis políticos sabem que os médicos, enquanto não forem substituídos, "patrioticamente têm de manter-se nos seus lugares, e estão a contar com isso, mas esquecem-se de que a situação, caso exista algum problema, será responsabilidade do conselho de administração".

Outro problema apontado pelo sindicato é a incapacidade de fixar médicos: "Não só não contratam, como nos dois últimos anos saíram cerca de uma dezena de médicos".

A médica Teresa Matos, uma das chefes da equipa de ginecologia e obstetrícia do hospital, revelou na semana passada, durante uma visita do bastonário da Ordem dos Médicos, que em todas as situações o serviço esteve a funcionar com equipas abaixo do mínimo e várias grávidas tiveram de ser transferidas para outros hospitais.

O bastonário, Miguel Guimarães, defendeu na altura que o serviço precisa "com urgência" de mais cinco especialistas: "É uma emergência mesmo, porque, caso contrário, pode acontecer que a equipa de obstetrícia e ginecologia não possa funcionar em determinados dias".

Teresa Matos, especialista que é também coordenadora do bloco de partos, lembrou ainda que o serviço tem "um corpo clínico envelhecido". Dos 17 especialistas que fazem urgência, nove têm mais de 55 anos e dois têm 54, o que faz com que nada possa garantir que os médicos não apresentem, no próximo mês, uma recusa em fazer noites ou mesmo as urgências.

EA/FC (HN) // ROC

Lusa/Fim

+ notícias: País

Preços dos combustíveis seguem em direções opostas. Confira as previsões

Depois de na última semana os preços dos combustíveis terem descido, a partir de segunda-feira as notícias não são boas para os condutores de carros a gasolina.

Um terço dos portugueses elegem 25 de Abril como a data mais importante do país

Em 2004 foi também esta a escolha de 52% dos inquiridos e de 59% da amostra no inquérito de 2014, face a outras datas propostas, como a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1985, a implantação da República (1910), a restauração da independência em 1640, a Batalha de Aljubarrota (1385) e a chegada de Vasco da Gama à Índia (1498).

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".