Advogada da família de condutor morto na A16 fala em "justiça possível"

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Porto Canal com Lusa

Sintra, Lisboa, 13 ago (Lusa) -- A advogada da família do automobilista morto na A16, na sequência do assalto a uma carrinha de valores em Sintra, em 2016, considerou ter sido feita "a justiça possível" com penas de prisão até 25 anos para cinco arguidos.

"A família considera que foi feita a justiça possível", afirmou Arminda Lourenço, à saída do Tribunal de Lisboa Oeste, em Sintra, acrescentando que "a justiça é feita nos tribunais" e "o tribunal fez aquilo que tinha de fazer, condenou os culpados e absolveu os inocentes".

O coletivo de juízes condenou hoje seis arguidos a penas de prisão entre oito e 25 anos, pelo assalto a uma carrinha de valores no estacionamento de um hipermercado no Lourel, 28 de fevereiro de 2016.

A juíza presidente do coletivo salientou que cinco arguidos que tentavam escapar do local do assalto são "coautores do crime de homicídio, com dolo eventual", quando atingiram com um disparo de uma caçadeira 'shotgun' um automobilista que circulava na Autoestrada 16 (Cascais-Belas), para lhe roubar a viatura.

Dos cinco envolvidos na morte do empresário de 49 anos, que se recusou a parar a carrinha onde seguia com a companheira e a filha de cinco anos, um arguido foi condenado, em cúmulo jurídico, a 25 anos de prisão, outro a 24 anos e três a 23 anos.

Um sexto arguido, que também participou no assalto à carrinha de valores, foi condenado a oito anos de prisão, mas não participou no homicídio porque desmaiou após o despiste da viatura da fuga no acesso à A16.

O automobilista atingido por um tiro, que atravessou a porta da carrinha, acabou por morrer junto às portagens de Algueirão-Mem Martins da autoestrada, até onde conseguiu levar a viatura.

A juíza admitiu que o principal organizador do assalto foi condenado a uma pena "muito grande" (o máximo permitido por lei, 25 anos), mas que não pode ser comparada com a do automobilista que foi assassinado e da sua família.

Dos dez arguidos -- com idades entre os 28 e os 46 anos, residentes nos concelhos de Amadora, Lisboa, Loures, Odivelas e Sintra (distrito de Lisboa) -- três arguidos respondiam também pelo assalto a outra carrinha da Esegur, quando abastecia uma caixa multibanco numa papelaria na Ramada (Odivelas), dos quais apenas dois foram condenados.

O tribunal absolveu ainda de todas as acusações quatro dos dez arguidos, nomeadamente de crimes de furto, branqueamento de capitais e detenção de arma proibida.

Os cinco arguidos condenados pelo homicídio do automobilista foram ainda condenados a pagar uma indemnização à companheira e às duas filhas, então com cinco e 11 anos, no valor total de cerca de 155 mil euros, montante que a representante da assistente considerou não ser justo face à trágica perda das suas clientes.

"É um valor que a família considera que não cumpre a função indemnizatória, reparadora, da perda do direito à vida", afirmou Arminda Lourenço.

Apesar de ter de falar com a cliente para ponderar se recorrerá da decisão, a advogada admitiu que a família "tem superado na medida do possível" a tragédia por que passou, procurando "prosseguir as suas vidas, as suas rotinas, com uma perda irreparável, que é a perda do pai e do companheiro".

LYFS // ROC

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