V-Day quer dizer 'não' à violência contra as mulheres em Lisboa a 14 de Fevereiro

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 28 jan (Lusa) - 'One billion rising for justice' é o mote da iniciativa que pretende juntar mil milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo em Lisboa, para dizer 'não' à violência contra as mulheres no dia 14 de fevereiro.

Melisa Rodrigues estudou Economia em Lisboa, cidade onde nasceu há 27 anos, trabalhou numa multinacional tecnológica e depois quis mudar de vida e mudou: passou "do setor privado para o setor do desenvolvimento" porque queria "fazer alguma coisa com mais impacto, não em termos de dinheiro, mas em termos de pessoas", como explicou à Lusa.

Esta mudança levou a jovem até à cidade de Udaipur, na Índia, onde trabalhou um ano numa organização não-governamental que luta pelos direitos das mulheres e pela defesa do seu lugar na sociedade, em paridade. Foi na Índia que descobriu o V-Day, em que participou em 2013, o primeiro ano em que se realizou.

"No ano passado, participei no Dheli V-Day, onde a questão da violência contra as mulheres se coloca mais por causa das violações. Em Portugal tem mais o cariz da violência doméstica, que é aquela que se passa entre quatro paredes (...) mas que fez 37 vítimas mortais em 2013", conta Melisa Rodrigues.

A ideia, explica, é simples: uma em cada três mulheres é vítima de algum tipo de violência, o que soma mil milhões de mulheres em todo o mundo e, então, o desafio que é colocado este ano pela segunda vez é que mil milhões de pessoas se unam e protestem, através da dança, contra a violência que afeta as mulheres.

O V-Day surgiu depois da dramaturga norte-americana e autora do livro 'Os Monólogos da Vagina', Eve Ensler, ter visitado a República Democrática do Congo, onde as mulheres curam as feridas através da dança e onde a violência de género é comum. No ano passado, o repto lançado por Eve Ensler chegou a mais de 200 países.

"Este ano, já estão confirmados 168 países", disse Melisa Rodrigues, acrescentando que foi constituída a associação Lisbon V-Day, composta por "uma equipa de voluntários que quer mudar o mundo" e que conta com o apoio da eurodeputada Ana Gomes, da Câmara de Lisboa e de organizações como a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), entre outras.

E depois do dia 14 de fevereiro, qual é a missão da Lisbon V-Day? Depois desta data, a Lisbon V-Day vai continuar a dinamizar a página do facebook e vai colaborar com outras associações de luta pelos direitos das mulheres, promovendo iniciativas "ainda por confirmar" e que serão divulgadas a seu tempo.

"Nós não queremos que o 14 de fevereiro seja como o Natal, não queremos que seja só um dia, queremos que Portugal e as mulheres continuem a pensar sobre este assunto e elevar o nível de alerta. Mudar mentalidades é um desafio muito grande e é aos poucos. Se houve uma revolução muito grande na década de 1960, essa revolução ainda está por fazer no mundo em desenvolvimento", resume Melisa Rodrigues.

Para já, fica o encontro marcado para as 18:00 do dia 14, na Praça da Figueira, em Lisboa, e a promessa de um fim de tarde com um flash mob, em que todos podem dançar na rua e levantar-se contra a violência contra as mulheres.

ND //GC.

Lusa/fim

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