O coração do Dragão voltou a bater. Passaram as férias, mas o Mar Azul não perdeu força e a Apresentação 2018/19 foi a prova disso. Primeira enchente do ano e primeiro dia de festa no Dragão, com sorrisos espalhados pelas bancadas e arredores naquele que foi, também, o primeiro sinal forte de apoio ao novo plantel.

Atualizado 31-07-2018 12:34

A festa começou cedo. Eram 14h00, bem antes da abertura de portas, e já centenas de pessoas se aglomeravam junto à Sound Box. “Venho sempre cedo para aproveitar a festa desde início. Hoje em dia o futebol é muito mais do que o que se joga lá dentro”, diz Raquel Faria, de apenas 16 anos. Vem com as amigas, é sócia e tem Lugar Anual. Como Rui Monteiro, poucos metros à frente. Presença assídua no Dragão, veio mais cedo no sábado para aproveitar a festa.

“Almoçámos cá. Ainda fomos de manhã à praia e depois viemos para cá. Esta ideia das carrinhas de street food é excelente. Estava farto de cachorros”, atira entre risos. De facto, a procura junto às várias opções disponibilizadas pela InBrand atesta o sucesso da iniciativa. Pelo meio, claro, uma das novidades do dia: a ação solidária onde bens alimentares eram trocados por gelados. A proposta do FC Porto em conjunto com a Unilever foi bem aceite. Vânia Ribeiro, uma das voluntárias, pelas 16 horas já tinha perdido a conta às trocas que fez. “Muita gente chegou com sacos, outros foram de propósito comprar aqui ao lado”, explica. Tudo para ajudar a Acreditar, associação de apoio a pais e amigos de crianças com cancro.

Noutro âmbito, a animação ia contagiando os portistas. O grupo Batucada Radical dava o mote, já com o Draco sempre por perto. Não perde uma boa festa! Em redor da Praça existiam também vários palcos com música ao vivo e até os que vieram de longe entravam na onda.

Era o caso de Paul Robert McGowan, um inglês de Langley Park. Os mais atentos saberão que é a terra natal de Sir Bobby Robson. “Era o meu ídolo maior”, conta. “Nascemos os dois em Langley que fica muito perto de Newcastle. Vim para ver o meu clube e num dia em que se vai homenagear Bobby Robson ainda melhor. Recordo dele o sorriso e a forma como encarava o futebol. O bom espírito. Era fantástico”, diz. Paul tem ainda um comentário sobre a festa: “Achava que vinha ver um amigável, não estava à espera de nada disto. É sempre assim agitado?”

Paralelamente à festa, a FC Porto Store do Dragão também era ponto de encontro de muitos portistas devido à presença de Joana Marques, que autografou o livro “O meu coração só tem uma cor”, prefaciado por Jorge Nuno Pinto da Costa.

Pelas 17 horas abriram as portas e a animação passou para o interior. Os jogadores foram chamados um a um até ao palco com o mote visual desta temporada bem presente: os 125 anos do clube. Pedaços de história dentro de uma outra que este grupo espera escrever a partir de agora. Herrera, o capitão, usou da palavra para dizer o que o grupo quer: “Vamos para o bicampeonato”. O sonho é partilhado pelo Mar Azul que o brindou com uma das ovações da tarde.

Ainda houve espaço para uma surpresa de última hora, com a atuação ao vivo de Alberto Índio. Foram mais de 43 mil a gritar que “Azul e branco é o coração”. Uma espécie de aquecimento para 90 minutos a puxar pela equipa.

A homenagem a Sir Bobby Robson, iniciada num vídeo que comoveu muitos, e imortalizada na fotografia conjunta das duas equipas com a tarja a lembrar o antigo treinador foi o toque de qualidade que rematou a festa.

A partir dali rolou a bola, vieram os nervos, os gritos e cânticos. Tudo como antes, ninguém parece ter desaprendido nas férias. Nem um jogo amigável faz o universo azul e branco abrandar. A época ainda nem começou mas já parece óbvio que o Mar Azul está pronto para inundar a Liga e encaminhar a equipa para novas conquistas.