Aldeia de Miranda do Douro transformou-se num museu das ruralidades nordestinas

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Porto Canal / Agências

Miranda do Douro, 09 jun (Lusa) - A freguesia de Atenor, no concelho de Miranda do Douro, apostou no produto turístico "Ronda das Adegas" que está a devolver à aldeia mirandesa a vitalidade de outros tempos, contrariando o despovoamento.

A iniciativa, que decorre este fim de semana, atrai à pequena povoação do planalto mirandês algumas centenas de pessoas que se deslocam para assistir ao vivo aquela que já é considerada uma "aldeia museu" e que preserva profissões ancestrais com o fiar da lã de ovelha, os sapateiros ou os latoeiros.

"Temos estado a assistir a um acentuado aumento da população nos últimos anos, na sua maioria jovem, e ao mesmo tempo à reconstrução de antigas habitações rurais da aldeia, o que se está a verificar a um ritmo bastante convincente", disse hoje à agência Lusa Moisés Esteves, presidente da Junta de Freguesia de Atenor.

Segundo o autarca, o evento denominado "Ronda das Adegas" serve igualmente para recuperar antigas profissões e, em tempo de crise, ajuda a criar mais-valias para quem se dedica à produção e confeção de produtos tradicionais como os enchidos, pão, queijos, lã, mel ou outro tipo de receitas ancestrais.

Por outro lado, os visitantes afiançam que este tipo de iniciativas se enquadra num turismo "não massificado" próprio para "quem gosta de fugir à rotina" e passar um dia diferente em perfeito ambiente rural, onde as tradições se mantêm.

Segundo o presidente da Câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes, a iniciativa é de louvar e nesse sentido promete apoiar este tipo de atividades para promover a região nordestina, "a mais interior do país" e "mais afastada dos grandes centros urbanos".

Subindo ruas e descendo calçadas, Atenor consegue assim a afirmar-se no panorama nacional do ecoturístico a nível nacional onde os paladares e os vinhos ainda se fazem como antigamente.

"Há muita gente curiosa em aprender o fabrico do linho, houve muitas pessoas que por aqui passaram que queriam levar semente de linho eu já não tinha nada para venda dado o elevado número da procura", disse Isabel Pires uma artesã que se de dedica à confeção de peças em linho.

"Acho que este tipo de iniciativa poderá ser uma tábua de salvação da interioridade, já que há povoações que começam a ficar esquecidas devidos à falta de recursos para fixar a população" frisou Isabel Matins, uma visitante oriunda de Peniche.

A iniciativa "Ronda das Adegas" vai já na sua terceira edição, prometendo os seus mentores mais novidades a cada de ano que passa de forma a dar "outra vitalidade ao mundo rural".

A música tradicional das gaitas de fole, caixas de guerra, bombos, concertinas ou instrumentos improvisados acabam por compor o resto da festa que hoje termina.

Já Maria Martins, de Leiria, demonstra o seu gosto pelas tradições do passado, da arquitetura tradicional, dos antigos hábitos das pessoas e antigos costumes.

"Há produtos da terra que por vezes é raro ver nos grandes centros com uma componente tradicional que está ainda bem preservada", acrescentou a visitante.

As ruas da aldeia mirandesa transformaram-se numa espécie de centro comunitário onde não faltaram as tradicionais adegas, fornos de cozer pão, oficinas de tecer e fiar lã, queijarias e ateliers de medicina alternativa onde tudo foi "afinado ao pormenor" fazendo recuar a meados do século 20, antes da emigração para França, Alemanha ou outros países europeus e da América Latina.

FYP // ZO

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