CDS-PP acusa Governo de "desbaratar dinheiro a pensar nas eleições" e deixar degradar ferrovia

| Política
Porto Canal com Lusa

Cascais, Lisboa, 25 jul (Lusa) - O vice-presidente do CDS-PP, Nuno Melo, acusou hoje o Governo de "desbaratar dinheiro a pensar já nas próximas eleições" e de deixar degradar "serviços essenciais" como o do setor dos Transportes.

As acusações do também cabeça de lista do CDS-PP às próximas eleições europeias foram feitas esta manhã durante uma viagem de comboio entre Cascais e Lisboa, realizada para "alertar para os problemas da ferrovia em Portugal, nomeadamente o envelhecimento do material circulante e o aumento das supressões de composições.

"Quando se desbarata dinheiro que faz falta para funções que são importantes do Estado a pensar em votos e em eleições seguintes, tudo colapsa. As supressões de comboio não acontecem por qualquer coisa. Acontecem porque realmente o Estado, através de um Governo que é do PS, pensa nas próximas eleições e usa dinheiro, que é escasso, a pensar nesses votos e depois faz falta, não existe", afirmou à agência Lusa o eurodeputado centrista.

Aproveitando o exemplo da linha de Cascais, Nuno Melo, que se fez acompanhar nesta ação pelos deputados Pedro Mota Soares e João Gonçalves Pereira, criticou a supressão de comboios "onde eles fazem muita falta, porque há muita gente", ao mesmo tempo que se "aumenta o preço dos combustíveis".

"Por um lado, penalizam-se pessoas que deixam de ter acesso ao seu meio preferencial de transporte, mais barato, não lhe deixando alternativa. Por outro, aumenta-se os combustíveis, tornando tudo mais difícil", atestou.

Relativamente à supressão de comboios, o eurodeputado centrista aludiu a um episódio ocorrido há uma semana com uma comitiva de deputados e autarcas socialistas que pretendiam viajar de comboio entre as Caldas da Rainha e Lisboa, para exigir soluções para a Linha do Oeste, mas que ficou apeada porque o comboio onde iam viajar foi suprimido e foi obrigada a fazer o percurso de carro.

"Melhor teria sido que em vez desse simulacro de protesto os deputados socialistas tivessem saído em São Bento e ido diretos ao Terreiro do Paço para falar com o primeiro responsável do que vai passando, chamado primeiro-ministro", ironizou.

Nuno Melo referiu que a comitiva das Caldas da Rainha devia aproveitar para questionar António Costa pelos motivos que levaram a tutela a ter desistido de concretizar o Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas (PETI3), elaborado pelo anterior Governo (PSD/CDS-PP), com vigência entre 2014 e 2020.

"Era um plano que era possível, que estava pensado, tinha financiamento, a vontade dos privados e resolvia problemas, mas este Governo desistiu. Desistiu usando o dinheiro, que estava disponível, fundos comunitários, destinando-o a outros fins. Quem nisso pena são as pessoas, que deixam de ter alternativas", apontou.

O atual Governo apresentou recentemente o Plano Ferrovia 2020, que promove as ligações com Espanha e a modernização dos principais eixos ferroviários, engloba, no total, um investimento superior a dois mil milhões de euros, dando especial destaque ao transporte de mercadorias e ao transporte público de passageiros.

FYS // MCL

Lusa/fim

+ notícias: Política

Montenegro quer que 50 anos marquem “ponto de viragem” na retenção de talento dos jovens

O primeiro-ministro manifestou esta quinta-feira a convicção de que os 50 anos do 25 de Abril serão “um ponto de viragem” para quebrar “um ciclo negativo” dos últimos anos, de “incapacidade de reter em Portugal” o talento dos jovens.

Milhares na rua e Marcelo atacado com herança colonial

Milhares, muitos milhares de pessoas saíram esta quinta-feira à rua para comemorar os 50 anos do 25 de Abril, no parlamento a direita atacou o Presidente por causa da herança colonial e Marcelo fez a defesa da democracia.

25 de Abril. A carta do Presidente dos Estados Unidos para Portugal

O presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, congratulou esta quinta-feira Portugal pelo “espírito corajoso” com que fez a Revolução dos Cravos, há 50 anos, que permitiu o regresso da democracia.