Jornalista morto nas Filipinas, 12.º repórter assassinado em dois anos
Porto Canal com Lusa
(CORREÇÃO E NOVO TÍTULO) Manila, 20 jul (Lusa) - O jornalista de uma rádio filipina morreu hoje após ser baleado enquanto dirigia seu carro no norte das Filipinas, elevando para 12 o número de repórteres assassinados naquele país durante o mandato do Presidente Rodrigo Duterte.(NOVA VERSÃO COM CORREÇÃO NO PRIMEIRO PARÁGRAFO E NO TÍTULO DO NÚMERO DE JORNALISTAS MORTOS EM DOIS ANOS).
Vários homens armados ainda não identificados montaram uma emboscada a Joey Llana, quando este se dirigia para a estação de rádio onde trabalhava na cidade de Legazpi, segundo os 'media' locais.
O jornalista, de 38 anos, sofreu várias ferimentos de bala na cabeça e no corpo, e foi declarado morto no local.
"Se for demonstrado que seu assassinato está relacionado ao seu trabalho, a sua morte corresponde ao 12.º assassinato nos 'media' sob a presidência de Rodrigo Duterte e 185 desde 1986", sublinhou a União Nacional dos Jornalistas das Filipinas em comunicado.
O assassinato foi já condenado e considerado como "outra violação dos direitos à vida e à liberdade de imprensa" pelo gabinete do Presidente Duterte.
"O grupo de trabalho da presidência para a segurança dos 'media' será implacável em fazer justiça a esta última vítima", disse o porta-voz da presidência, Harry Roque, em comunicado.
O assassinato também foi condenado pela Federação Internacional de Jornalistas, que considerou que todos os ataques com jornalistas filipinos "enfraquecem" a democracia no país.
"O assassinato de Joey Llana (...) nas Filipinas sublinha o perigoso ambiente de trabalho que os 'media' enfrentam nas Filipinas todos os dias", disse o secretário-geral da federação, Anthony Bellanger, numa outra nota divulgada hoje.
A presidente do comité do Senado, Grace Poe, classificou o assassinato de "outro ato deplorável, que não tem lugar numa sociedade democrática".
"Pedimos às autoridades que ajam rapidamente e levem os agressores à justiça", sublinhou a senadora, acrescentando que "o crescente número de assassinatos de jornalistas e a lenta resolução dos casos encorajam aqueles que atacam os trabalhadores da comunicação social".
Os Repórteres Sem Fronteiras consideraram as Filipinas o país mais perigoso para os jornalistas na Ásia.
As Filipinas também foram incluídas entre os cinco países mais perigosos do mundo para jornalistas, juntamente com o México, a Síria, o Iraque e o Afeganistão.
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