Trabalhadores da Misericórdia de Gaia em greve por aumentos salariais
Porto Canal com Lusa
Os trabalhadores da Santa Casa de Misericórdia de Vila Nova de Gaia cumprem esta quarta-feira um dia de greve e concentraram-se de manhã frente às instalações desta instituição para reivindicar aumentos salariais, bem como melhoria das condições de trabalho.
Atualizado 04-07-2018 15:16
"É mesmo necessário o aumento de salário" ou "direitos conquistados não podem ser roubados", foram algumas das frases entoadas durante a concentração, enquanto na faixa colocada em frente à Santa Casa se lia "Trabalhadores da Misericórdia de Gaia em greve por melhores salários e na defesa de direitos".
Em declarações à agência Lusa, o responsável do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte (STIHTRSN), Francisco Figueiredo, apontou que a greve de um dia teve início às 07:00 de hoje, prolongando-se ao longo de vários turnos incluindo o da noite, estando assegurados os serviços mínimos.
"Registamos uma grande adesão”, disse Francisco Figueiredo, sem quantificar.
“É natural porque há muito tempo que os trabalhadores reivindicam melhores condições. Os salários praticados pela Misericórdias de Gaia são muito baixos, há falta de pessoal em várias secções e os ritmos de trabalho são muito intensos", referiu ainda.
Numa moção aprovada durante a concentração e entregue aos responsáveis da instituição exige-se aumento salarial mínimo de 40 euros para cada trabalhador, bem como pagamento do trabalho noturno e em dia feriado, fornecimento de alimentação em quantidade e qualidade ou negociação de subsídio justo, entre outras reivindicações.
Questionado sobre estas exigências, o provedor da Santa Casa de Misericórdia de Vila Nova de Gaia, Artur Leite, apontou à Lusa que "é incomportável aumentar os salários praticados atualmente" e rejeitou algumas das restantes reivindicações, considerando que "não são verdadeiras".
"Sou o primeiro a lamentar que não possamos aumentar salários, mas todas as Misericórdias vivem situações insustentáveis. Não somos nós que fazemos as regras de financiamento da Segurança Social", referiu Artur Leite.
De acordo com os responsáveis da Santa Casa a questão levantada pelo STIHTRSN sobre o trabalho noturno e em dia feriado "não corresponde à verdade", pois garantem que a leia está a ser cumprida.
Quanto à alimentação, Artur Leite apontou ter relatórios mensais que "comprovam a qualidade do serviço".
"E em nenhum relatório da Segurança Social, que é entidade fiscalizadora da nossa atividade, está referido que há falta de pessoal", acrescentaram.
Quanto à exigência por integração de trabalhadores precários, Artur Leite apontou que há três anos e meio foram integrados cerca de 30 trabalhadores.
A moção entregue pelos funcionários também refere que "não estão a ser asseguradas condições de trabalho dignas", tendo sido referido à Lusa, pelo diretor geral da instituição, João Paulo Coelho, a título de exemplo, que recentemente foram investidos 120 mil euros em 100 camas elétricas para promover melhor qualidade de vida aos utentes e também aos trabalhadores diminuindo-lhes o esforço de trabalho.