BE diz que rejeitou proposta para não abdicar de candidatura própria às europeias

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 25 jan (Lusa) - O Bloco de Esquerda esclareceu hoje que rejeitou uma candidatura conjunta às europeias com o Manifesto 3D porque implicava abdicar de uma candidatura própria, propondo em alternativa um acordo político, anunciado hoje pela coordenadora do partido, Catarina Martins.

Numa nota da Comissão Política, após a reunião da Mesa Nacional e no dia em que foi anunciada a demissão de Ana Drago por divergências relativas à estratégia do partido para as eleições europeias, o Bloco adianta que já houve duas reuniões entre os promotores do Manifesto 3D e o Bloco de Esquerda (BE).

A primeira realizou-se no dia 5 de dezembro e serviu para informar o BE sobre o objetivo de estabelecer uma candidatura convergente da "esquerda situada entre o PS e o PCP" nas próximas eleições europeias, identificando como potenciais protagonistas o Bloco de Esquerda, a Renovação Comunista, o pró partido Livre e os promotores do Manifesto 3D.

A segunda aconteceu no dia 11 de janeiro com os promotores do Manifesto 3D a sugerirem duas hipóteses de candidatura: a criação de um "partido-envelope" para uma candidatura conjunta, implicando que o BE abdicasse de uma candidatura própria, ou uma coligação entre o Bloco e o partido Livre (se constituído entretanto).

A delegação do Bloco não aceitou as propostas e sugeriu em alternativa que se estabelecesse "um Acordo Político em torno de uma plataforma programática e de um compromisso de candidatura".

"Segundo as circunstâncias, esse Acordo poderia resultar numa coligação ou na participação nas listas do Bloco, podendo ainda ser alargada a outros parceiros por acordo mútuo entre Bloco e 3D", acrescenta a nota.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) Catarina Martins tinha afirmado hoje numa conferência de imprensa, após a reunião da Mesa Nacional, que o partido estava disponível "para uma convergência" com outros movimentos de esquerda, escusando-se a comentar a saída de Ana Drago.

A ex-deputada do BE anunciou hoje a demissão invocando "uma divergência profunda e fundamental" com a direção do partido relativamente à estratégia que está a ser seguida.

Em causa estaria o facto de a direção política do BE ter rejeitado um debate com outros movimentos de esquerda, como o recém-criado Manifesto 3D, a Renovação Comunista e o anunciado partido Livre, para participar num processo de convergência que resultasse numa candidatura única às eleições europeias.

"As dificuldades processuais dessa candidatura eram várias, e relevantes. Contudo, um modelo de articulação não chegou sequer a ser equacionado -- a direção política do Bloco de Esquerda não se mostrou disponível para iniciar um debate programático com alguns dos possíveis participantes nessa convergência. Com essa exclusão antes mesmo de se debater um programa conjunto para as eleições europeias, a possibilidade de uma candidatura alargada fracassou", justificou a militante bloquista numa carta enviada à Agência Lusa.

RCR // MSP

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