Bloco de Esquerda aberto a "convergência" com outros movimentos - Catarina Martins
Porto Canal / Agências
Lisboa, 25 jan (Lusa) -- A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) Catarina Martins afirmou hoje que o partido tem "abertura para uma convergência" com outros movimentos de esquerda e que já lançou o desafio para uma plataforma política comum ao Manifesto 3D.
Catarina Martins escusou-se a comentar a saída de Ana Drago, que hoje anunciou a sua demissão da Comissão Política do partido, evocando uma "divergência profunda e fundamental" com a direção do partido relativamente à estratégia que está a ser seguida.
Numa conferência de imprensa, em Lisboa, após a reunião da Mesa Nacional, Catarina Martins foi questionada repetidamente sobre a saída de Ana Drago, mas disse apenas que "cada pessoa fala sobre as suas próprias razões" e que "cada pessoa é responsável pelo que diz e pelo que pensa".
A coordenadora informou que o BE fez a proposta ao Manifesto 3D há alguns dias e que aguarda uma resposta.
A Mesa Nacional do BE, órgão máximo do partido entre convenções, esteve hoje reunida em Lisboa para discutir a situação política atual e as próximas eleições europeias, a realizar a 25 de maio.
O partido foi desafiado recentemente pelo manifesto 3D para uma candidatura conjunta ao sufrágio de maio, mas o coordenador do Bloco João Semedo, respondeu que o partido não se iria diluir em "qualquer outra candidatura" às eleições europeias.
A Lusa tentou obter, sem sucesso, um comentário à demissão de Ana Drago junto dos promotores do 3D e do futuro partido Livre.
O eurodeputado Rui Tavares, ex-militante do BE e dinamizador do futuro partido Livre, recusou hoje comentar a demissão de Ana Drago da Comissão Política do Bloco, justificando tratar-se "de uma questão da direção de um partido".
"Não faria sentido comentar e não o vou fazer. São, de facto, questões da direção de um partido", disse, em declarações à Lusa.
Rui Tavares referiu ainda estar a reagir a esta demissão seria "completamente indelicado, sobretudo em relação à própria Ana Drago", pessoa que conhece "há muitos anos e que saberá dizer das suas razões".
Também o ex-bloquista Daniel Oliveira, do movimento 3D, recusou comentar o assunto, afirmando que "seria absurdo" o 3D reagir "sobre a vida interna de um partido".
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