"Não é com greves todos os dias que se resolvem problemas dos trabalhadores" - UGT

| Política
Porto Canal / Agências

Viseu, 24 jan (Lusa) - O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, defendeu hoje que o recurso constante à greve não vem resolver os problemas dos trabalhadores portugueses, apontando como solução o caminho da negociação e da qualificação.

"Sindicalizar e sindicalismo tem a ver com defender os trabalhadores e não é pela agitação que resolvemos as coisas. Não é por greves todos os dias que se resolvem os problemas dos trabalhadores", sustentou.

Na sua intervenção durante a inauguração do Training Center da UGT Viseu, Carlos Silva utilizou o caso da Grécia, que em 2012 levou a cabo 23 greves gerais, para exemplificar que não é por esta via que se arranjam soluções para a crise.

"A UGT é hoje um referencial de estabilidade para o país. É à mesa das negociações com o Governo, com os vários ministros, secretários de Estado e empresários que temos conseguido encontrar soluções", sublinhou.

O outro "campo de batalha" da UGT é o da qualificação, habilitando os trabalhadores para um mercado de trabalho que é reduzido.

"Estamos mais preocupados em formar e qualificar trabalhadores do que lançá-los para os campos de batalha, para as invasões dos ministérios, subindo as escadarias da Assembleia da República, fazendo greves todos os dias e combatendo as suas próprias empresas levando-as ao encerramento", acrescentou.

Carlos Silva referiu ainda que a UGT nunca pediu a demissão do Governo, nem o irá fazer, "a não ser que uma coisa tremenda, do ponto de vista da democracia, surgisse no país".

Na sua opinião, a vontade dos portugueses tem de ser respeitada e os mandatos são de quatro anos.

"Vamos é continuar a exigir ao Governo um conjunto de medidas que promovam o crescimento económico, a estabilidade da vida das pessoas, que permita vislumbrar uma possível saída para o acordo de concertação para o qual a UGT está disponível", alegou.

No entanto, frisou que isso nunca será possível com a 'troika' em Portugal, pois não querem estar condicionados.

"Estamos disponíveis desde que duas matérias sejam compaginadas: o salário mínimo nacional que é fundamental e a negociação coletiva desbloqueada", concluiu.

CMM. // VC

Lusa/Fim

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