Guarda, 24 jan (Lusa) - Dois deputados do PCP questionaram o Governo, através da Assembleia da República, sobre o que já foi feito para apoiar os agricultores do Vale do Mondego, na Guarda, que tiveram prejuízos com os incêndios florestais de 2013.

No documento, os deputados comunistas David Costa e João Ramos perguntam ao Ministério da Agricultura e do Mar se conhece a situação e "que tipo de apoio técnico foi prestado ou pode vir a ser prestado a estes agricultores?".

O PCP refere que os incêndios do último verão no distrito da Guarda queimaram floresta e áreas agrícolas em que arderam pomares, pastagens, hortas e até animais e celeiros", tendo sido afetados pequenos e médios agricultores.

"No Vale do Alto Mondego estima-se que tenham ardido cerca de 560 hectares de área agrícola, na sua maioria olival", assinalam os deputados, referindo que o efeito imediato foi "a brutal redução na produção de azeitona".

No ano passado, a Cooperativa Camponeses do Vale do Alto Mondego laborou 620 toneladas de azeitona, quando este ano esse valor "chegou apenas às 130 toneladas", aponta.

"Esta redução drástica da produção tem efeitos nefastos na atividade da cooperativa, cujos prejuízos podem atingir o meio milhão de euros, mas também na atividade dos produtores", denuncia o PCP.

Segundo o PCP, a Cooperativa Camponeses do Vale do Alto Mondego e a Associação Distrital de Agricultores da Guarda já reivindicaram medidas de apoio para os agricultores afetados, reconhecendo tratar-se de uma situação "em que há perdas de produção que só serão recuperadas a médio prazo.

O partido refere no documento a que a agência Lusa hoje teve acesso que os incêndios "levaram à perda de investimentos por parte dos agricultores e a situação pode levar, pelo menos, uma década a ser reposta".

Na pergunta dirigida ao Ministério da Agricultura e do Mar, os deputados David Costa e João Ramos também questionam se os agricultores da região da Guarda "poderão recorrer a medidas de reposição do potencial produtivo" e se o Ministério está "disponível para prestar apoio à quebra de rendimento até que o potencial produtivo seja retomado".

"Existe intenção do Governo de prestar apoio a associações e cooperativas que representam os agricultores afetados e por essa razão, também elas afetadas pelos incêndios?", pergunta ainda o PCP.

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