Governo quer "erradicar" vespa asiática que diz ser praga "regional"
Porto Canal / Agências
Viana do Castelo, 24 jan (Lusa) - O secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar apontou hoje o objetivo de "erradicar" a praga da vespa asiática em Portugal, mas garantiu que continua a ser um problema localizado essencialmente no Alto Minho.
"Nesta altura, é um problema regional. Se correr tudo bem, com um efetivo trabalho das autoridades de proteção civil, dos bombeiros, das autoridades governativas, pretendemos que [a praga] seja apenas regional", afirmou hoje Nuno Brito, durante uma visita oficial a Viana do Castelo.
De acordo com dados avançados este mês à Lusa pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), mais de 280 ninhos de vespa asiática, uma espécie predadora de abelhas, foram detetados desde 2012 em Portugal, mas a praga estará contida na região de Entre Douro e Minho.
Os dados foram obtidos na sequência da implementação de um plano de ação específico para tratar a presença desta espécie invasora. Em 2012 foi detetada e validada, a existência de 30 ninhos de vespa velutina - também conhecida como asiática pela sua origem -, em vários concelhos do distrito de Viana do Castelo.
Esse número subiu para 252 ninhos no ano de 2013, sobretudo na região do Alto Minho, já que apenas 27 casos referem-se a situações detetadas em concelhos dos distritos de Braga e do Porto.
Entre 2012 e 2013 foram "comprovadamente" destruídos mais de 200 destes ninhos, com a DGAV a sublinhar que o concelho de Viana do Castelo é o "mais afetado" pela presença desta espécie (180 ninhos destruídos).
"O nosso grande interesse é que se erradique o problema. É esse o nosso objetivo", enfatizou o governante, reconhecendo, para tal, a necessidade de articulação entre os vários agentes no terreno.
"É necessária uma intervenção muito grande da proteção civil, uma sensibilização das populações para identificar os ninhos e depois na sua correta destruição", disse ainda Nuno Brito.
A vespa asiática é maior e mais agressiva do que a espécie autóctone nacional e foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, em 2004, tendo alastrado até agora por todo o país.
Os primeiros indícios da sua presença em Portugal surgiram em 2011, mas a situação só se agravou a partir no final do seguinte e depois de se instalar também no norte de Espanha.
Além do problema da biodiversidade, ao "prejudicar a alimentação" de outras espécies, trata-se, segundo os apicultores, de uma vespa "mais agressiva" que faz com que as abelhas não saiam para procurar alimento por estarem sob ataque, enfraquecendo as colmeias, que acabam por morrer.
A destruição dos ninhos de vespa asiática, normalmente através de fogo, é assegurada pelos Serviços Municipais de Proteção Civil, envolvendo a própria DGAV, associações de apicultores e bombeiros.
Desde janeiro de 2013 que existe um plano de ação para tratar a presença desta praga em território nacional, permitindo aos apicultores a sua "comunicação rápida" às autoridades.
PYJ // JGJ
Lusa/fim