Presidente do BCE saúda proposta de Merkel e Macron para orçamento do euro

| Economia
Porto Canal com Lusa

Sintra, Lisboa, 20 jun (Lusa) - O presidente do Banco Central Europeu (BCE) saudou hoje a proposta conjunta dos governos francês e alemão para uma reforma da zona euro que passe por um orçamento comum e a criação de uma versão europeia do FMI.

"O documento recente produzido por França e pela Alemanha deve ser saudado, porque é um passo importante na direção [do aprofundamento da união monetária] e porque surge numa situação política muito difícil", afirmou hoje Mario Draghi, na sessão de encerramento da quinta edição do Fórum do BCE, que decorreu em Sintra.

Para o presidente do BCE, este acordo é importante também porque é a primeira vez que o acordo parte de governos e não da Comissão Europeia.

Na terça-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, defenderam uma reforma da zona euro que passe por um orçamento comum e a reconversão do fundo de resgate numa versão europeia do FMI.

"Vamos empenhar-nos num orçamento do euro", disse Merkel numa conferência de imprensa em Mesenberg, a norte de Berlim, com Macron. O orçamento poderia ser concretizado a partir de 2021, precisou o presidente francês.

Quanto ao fundo de resgate, o Mecanismo Europeu de Estabilidade deverá servir para dotar a zona euro de um "instrumento extra" para melhorar "a estabilidade" e enfrentar "problemas de liquidez", devendo evoluir na direção do Fundo Monetário Internacional (FMI), acrescentou a chanceler alemã.

Mario Draghi falou da proposta para a criação de um orçamento para os países da moeda única como uma forma de aprofundar a união monetária e de garantir uma convergência entre os 19 estados-membros do euro.

O presidente do BCE tinha sido questionado sobre uma possível nova recessão, mas lembrou que, mesmo no médio prazo, a instituição sediada em Frankfurt não estima uma nova crise. "Vemos menos crescimento, mas nada que se assemelhe a uma crise", disse, mas admitiu que se deve questionar - além da política monetária - o que se deve fazer.

"Há países que têm margem orçamental e outros que não. Aqui entramos num novo conjunto de considerações: Como é que garantimos que a zona euro se transforma em algo que se assemelhe a um espaço monetário ótimo? Como é que garantimos que há uma convergência coletiva. Aqui entramos no aprofundamento da união monetária", disse, saudando depois a proposta de Merkel e Macron.

Para Mario Draghi, o importante "não é necessariamente ter um instrumento específico projetado, apresentado e definido, mas ter uma abordagem e sentir que no futuro se deve trabalhar para aprofundar a união monetária".

"Depois de ter discutido por vários anos o aprofundamento da união monetária, finalmente temos algo com que podemos trabalhar", disse o líder do BCE.

SP // ATR

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