Superfície plantada com tomate para indústria baixa para mínimos de 2013 - INE

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 20 jun (Lusa) -- A área de plantação de tomate para a indústria baixou este ano para mínimos de 2013, caindo 26% face a 2017, devido a contrariedades que afastaram muitos produtores desta cultura, revelam previsões agrícolas hoje divulgadas pelo INE.

As previsões agrícolas de 31 de maio, disponíveis no portal do Instituto Nacional de Estatística (INE), ressalvam que este ano a plantação de tomate decorreu com um atraso de três semanas, face ao normal, e que não está ainda totalmente concluída.

A área instalada caiu dos 19,6 mil hectares em 2017 para os 14,4 mil hectares, uma descida de 26% que o INE diz ser "essencialmente reflexo" de uma campanha passada muito adversa em termos fitossanitários, com fortes ataques de mosca branca e de ácaros a originarem frutos em fim de ciclo com a polpa totalmente descolorada (branca ou ligeiramente alaranjada), com pouco interesse para a indústria transformadora, que os vendeu a preços muito abaixo dos de frutos sãos.

"Estas contrariedades afastaram um número considerável de produtores desta cultura, tendo, para a grande maioria dos restantes, induzido a redução da área instalada", explica o INE, adiantando que as searas mais adiantadas, já em floração, estão a desenvolver-se lentamente devido às temperaturas amenas e por se plantar numa fase já muito adiantada de desenvolvimento, que provoca maior choque de transplante.

O INE diz ainda registar um "evidente aumento" no número de tratamentos fitossanitários preventivos, face ao que é habitual.

Também no girassol a instalação das searas se tem realizado com dificuldade, registando-se casos de sementeiras em final de maio, quase dois meses de atraso face a um ano normal, prevendo o INE uma diminuição da área semeada de 20%, face à campanha anterior, principalmente devido à descida do preço pago pela indústria transformadora.

O instituto também diz haver diminuições de 5% na área de plantação de batata, também por causa de atraso na instalação.

Mas em sentido contrário, a garantia das disponibilidades de água, devido à chuva, permitiu aumentar 5% a área de cultivo de arroz e manter a área de milho.

O INE regista ainda previsões de subidas, quanto aos cereais de inverno, que diz estarem em plena maturação, estimando aumentos de 5% no centeio, 15% no trigo e aveia e 20% no triticale e cevada.

Relativamente às fruteiras, o INE prevê um bom ano para as prunóideas, como a ameixeira, cerejeira, damasqueiro, ginjeira e pessegueiro, adiantando que, apesar dos atrasos na maturação, estão a ter produtividades muito acima da média dos últimos anos.

Na cereja, o rendimento unitário vai ficar próximo das três toneladas por hectare, enquanto no pêssego deve chegar às 12,8 toneladas por hectare, segundo o INE.

Quanto à meteorologia, o INE recorda que o mês de maio foi muito seco, ocorrendo situações pontuais de instabilidade, em particular no interior e principalmente durante a segunda quinzena, que resultaram em aguaceiros fortes, muitas vezes de granizo e acompanhados de trovoada.

O valor médio da quantidade de precipitação em maio correspondeu apenas a 54% da média do período 1971-2000.

"Estas condições meteorológicas foram, em geral, benéficas para o desenvolvimento vegetativo das culturas instaladas e conduziram a uma melhoria nas condições dos solos (menor saturação), permitindo a preparação e instalação das culturas de primavera/verão com poucas restrições", defende o instituto.

Neste momento, com um valor médio de precipitação acumulada no ano hidrológico 2017/2018 correspondente a 96% do valor normal, "não existem limitações à disponibilização de água, quer para fazer face às necessidades das culturas, quer para o abeberamento dos efetivos pecuários", conclui.

VP // CSJ

Lusa/fim

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