Militares portugueses desempenham "função muito importante" nba República Centro-Africana

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 19 jun (Lusa) -- Os militares portugueses em missão na República Centro-Africana (RCA) desempenham uma função "muito importante", disse à Lusa o chefe de estado-maior das Forças Armadas locais, brigadeiro-general Ludovic Ngaifei.

"A força portuguesa está integrada na Força de Ação Rápida (FRR) da missão multinacional das Nações Unidas (MUNISCA). É uma força que pode agir rapidamente e num prazo muito curto face a certos objetivos, a ameaças. O seu uso depende do comandante da força multinacional da ONU na RCA", explicitou o militar, que iniciou na terça-feira uma visita oficial de três dias a Lisboa.

Ludovic Ngaifei manteve uma audiência em Lisboa com o seu homólogo português, almirante António Silva Ribeiro, assistiu a uma apresentação sobre as Forças Armadas portugueses e vai ainda manter contactos com os responsáveis dos três ramos.

"Esta pequena unidade de menos de 200 bons homens tem verdadeiramente uma função a desempenhar e pessoalmente também troquei com o almirante António Silva Ribeiro impressões sobre a longa tradição dos portugueses na RCA", insistiu.

"As primeiras lojas, estabelecimentos erguidos na RCA eram de portugueses. Na década de 1970, a indústria da panificação na RCA era de Portugal, há longa uma tradição de com o nosso país, mesmo que seja considerado francófono", explicou.

A missão de estabilização das Nações Unidas (MINUSCA) na RCA, iniciada em abril de 2014 e que integra 11.000 militares, incluí 160 militares portugueses (159 na Força de Reação Rápida, dos quais 156 no Exército, e mais três da Força Aérea, e ainda um no quartel-general das Nações Unidas em Bangui, a capital).

"Esta força portuguesa desempenha uma função muito importante, mas não quero referir-me aos detalhes operacionais. É uma força projetável. A MINUSCA não tem grandes meios de terceira dimensão para projetar uma força à altura", reafirmou o general, sobrinho do antigo presidente François Bozize e nas atuais funções desde maio de 2016.

O máximo responsável militar da RCA, país com 4,8 milhões de habitantes e mais de 620 mil quilómetros quadrados (a dimensão da França e Bélgica juntas), e fronteira com o Chade, Camarões, Congo, República Democrática do Congo, Sudão e Sudão do Sul, referiu-se às "ameaças multiformes no mundo" para voltar a justificar a participação portuguesa na Força de Ação Rápida (FAR).

"Ainda não chegamos à situação em que todo um povo poderá desaparecer, mas há consequências para países vizinhos e outros continentes quando surgem grandes crises. Mas estamos num mundo complementar, multidisciplinar, e a intervenção portuguesa tem o seu sentido.

Numa referência ao encontro com o almirante António Silva Ribeiro, sublinhou que o seu homólogo português frisou que Portugal fez esta opção "na sua estratégia global de participar numa situação global das Nações Unidas, NATO, UE, para assegurar um mínimo de segurança, de vida, aos diferentes povos, onde quer que estejam. Não é uma intervenção gratuita".

No sábado, o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) anunciou que o próximo contingente de militares portugueses na República Centro-Africana (RCA) vai chegar ao território em setembro deste ano.

No âmbito da presença portuguesa neste país da África central, destaca-se ainda a missão European Union Training Mission EUTM-RCA, atualmente liderada pelo general do Exército português Hermínio Maio, onde se incluem 45 militares dos três ramos das Forças Armadas portuguesas no quartel-general, em Bangui, a capital.

A missão da UE é constituída por 170 militares de 11 países e destina-se a apoiar a estabilização sustentável da RCA através da formação e treino e capacitação das Forças Armadas centro-africanas.

PCR // PJA

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