Aveiro, 23 jan (Lusa) - A Câmara de Aveiro, a que preside Ribau Esteves, anunciou hoje que "foram feitas simulações de uma obra que não existia" na pretendida "rotunda do Botafogo", no final do mandato do executivo anterior, liderado por Élio Maia.

Há vários anos que tem sido defendida a construção de uma rotunda no local, na EN 109, entre Aveiro e Ílhavo, devido ao congestionamento de trânsito provocado pelos semáforos ali existentes.

A falta de acordo com os proprietários dos terrenos necessários foi a explicação dada, enquanto o PS foi poder na autarquia, que só viria a ser conseguido no final do último mandato de Élio Maia, enquanto presidente da Câmara de Aveiro.

Eleito em dois mandatos pelo PSD e CDS, Élio Maia veio depois a ser candidato derrotado pelo movimento "Juntos por Aveiro", que visava a sua reeleição, após os dois partidos lhe retirarem o apoio.

As construções existentes foram, de facto demolidas e, já em período eleitoral, Ribau Esteves enquanto candidato pela coligação PSD/CDS/PPM propunha-se "resolver de uma vez por todas a rotunda do Bota-Fogo", sendo acusado pelo movimento apoiante de Élio Maia de pretender ficar com o mérito de uma obra que o então executivo já havia iniciado.

Numa nota informativa sobre a reunião de Câmara, é referido que o executivo tomou conhecimento do relatório pedido aos técnicos sobre a situação e que constatou que, afinal, "foram feitas simulações" de uma obra inexistente.

"Não foi executado qualquer projeto que permitisse o lançamento de um concurso, ou a sua adjudicação para a execução da obra, não foi iniciada qualquer obra de construção da rotunda, e, além da compra dos terrenos e das demolições, foram feitas intervenções que apenas simulam uma obra que de facto não existia", refere o texto hoje divulgado pela equipa de Ribau Esteves.

No final de 2013, o então vice-presidente da Câmara de Aveiro, Carlos Santos, justificava a paragem "das obras" devido a estar a ser elaborado um "estudo viário", já que não tinha sido possível adquirir uma das parcelas de terreno, o que obrigava à deslocação da rotunda.

A nota informativa do executivo de Ribau Esteves veio hoje dizer que tudo não passou de "uma pequena operação de colocação de materiais de base e estacas de assinalamento da implantação", que levou os automobilistas que utilizam aquele cruzamento da EN 109, em Verdemilho, a ficarem com "a noção, no verão de 2013, que estava em execução uma obra da Câmara de construção da "Rotunda do Botafogo", estrutura rodoviária que iria substituir os semáforos, na perspetiva de melhorar a fluidez e a segurança rodoviária".

O atual executivo anuncia que, agora sim, está a proceder à execução do projeto (que tem uma estimativa orçamental de aproximadamente 135.000 euros), a aprofundar a validação da opção técnica e a verificar quais as melhores medidas de gestão de tráfego a implementar a breve prazo, assim como a possibilidade de financiar a obra, para que a sua execução ocorra com a maior brevidade possível.

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