BE quer esclarecimentos sobre 3.ª avaliação dos vinhos da Casa do Douro

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Porto Canal / Agências

Vila Real, 23 jan (Lusa) -- O Bloco de Esquerda pediu ao Governo esclarecimentos sobre o protocolo celerado com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Doiro (UTAD) para a avaliação do stock de vinhos da Casa do Douro (CD), anunciou hoje o partido.

Através de um requerimento entregue na Assembleia da República, o deputado bloquista Luís Fazendo solicitou ao Ministério da Agricultura e Mar o "envio do protocolo estabelecido entre o Governo e a UTAD para a avaliação dos vinhos" da instituição duriense.

O BE considera que a avaliação do stock "é essencial para a justiça da solução a encontrar e para a resolução dos problemas da CD".

Esta associação, sediada no Peso da Régua, é de direito público e de inscrição obrigatória para os viticultores durienses e possui uma dívida total que rondará os 160 milhões de euros.

O secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, já disse que a solução para a CD passa pela venda de vinho, património e revisão dos estatutos, passando a ser de inscrição voluntária.

O reitor da UTAD, António Fontaínhas Fernandes, confirmou na semana passada à agência Lusa a assinatura, em dezembro, de um protocolo de prestação de serviços com o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) para "proceder a uma avaliação dos recursos da CD".

Para o efeito, segundo o reitor foi nomeado um grupo de trabalho que é constituído por um elemento de ligação à reitoria e investigadores com competência na área dos vinhos e da vinha e da economia.

"O trabalho de avaliação está em curso", afirmou Fontaínhas Fernandes.

Esta é já a terceira avaliação que é feita aos stocks do organismo duriense que foram dados como garantia ao Estado. Em causa estarão à volta de nove milhões de litros de vinho, alguns dos quais datam de 1934.

Em 2008, o Ministério das Finanças fez um seguro destes vinhos por 140 milhões de euros.

A primeira avaliação aos stocks foi feita em 2009, pelo IVDP, e apontou para um valor de 92 milhões de euros.

Agora, esta terceira avaliação aos vinhos da CD acontece numa altura em que estará para ser revelado o resultado da segunda, ordenada pelo tribunal, e que apontará para um valor que poderá ultrapassar os 130 milhões de euros.

Luís Fazenda afirmou que a "disparidade dos valores demonstra que uma avaliação série e credível daquele stock de vinhos deve ser realizada por uma entidade sem interesses nessa mesma avaliação e aceite previamente pela CD".

Em carta enviada a José Diogo Albuquerque, a CD refere que "nunca se opôs a uma avaliação por uma entidade independente". No entanto, a direção do organismo diz que "não faz sentido, que num diferendo entre Estado/CD, seja o Governo a encomendar, unilateralmente e, no maior sigilo, a avaliação dos vinhos".

Neste momento, o grupo de trabalho interministerial, criado para encontrar uma solução para este organismo, está a reunir todas as propostas e, em princípio em fevereiro, será feito um trabalho conjunto com a direção da instituição "na afinação final da solução".

PLI // JGJ

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