Portugal/Brasil: Envio de médicos portugueses é um dos assuntos em debate - embaixador

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 08 jun (Lusa) -- O programa brasileiro que pretende contratar médicos estrangeiros, sobretudo portugueses e espanhóis para atuarem em regiões carentes destes profissionais, poderá ser abordado pela Presidente do Brasil na sua visita a Portugal, disse hoje o embaixador do país em Portugal.

"Este programa (de recrutamento de médicos estrangeiros) está a ser formulado e é possível que a Presidente Dilma, na sua passagem por Lisboa, mencione esse programa", disse à Lusa, o embaixador brasileiro em Lisboa, Mário Vilalva.

A Presidente brasileira, Dilma Rousseff, estará em Lisboa no dia 10 de junho, para reuniões com o primeiro-ministro português e o Presidente da República Portuguesa.

De acordo com Mário Vilalva, "o programa que está a ser formulado no Brasil para convidar médicos estrangeiros a irem praticar a medicina no Brasil", visa suprir "sérias lacunas na medicina no país, sobretudo, na periferia das grandes cidades e no interior do país".

"Posso antecipar que já conversei com o Governo português sobre esta possibilidade e, como sempre, mostrou-se muito aberto à proposta brasileira", sublinhou o diplomata.

"Os primeiros contingentes convidados seriam médicos espanhóis e portugueses, justamente pela semelhança da língua, pela semelhança de comportamento e cultura", sublinhou.

Representantes do Ministério da Saúde do Brasil já mantiveram um encontro para tratar do assunto com autoridades portuguesas e espanholas, em maio, durante o encontro anual da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra.

Inicialmente, o Governo brasileiro queria contratar seis mil médicos, sobretudo cubanos, para preencher as vagas em locais carentes destes profissionais.

As associações médicas brasileiras mostraram-se contrárias à entrada dos médicos cubanos, alegando a sua "fraca formação" e só aceitariam esta solução se os profissionais passassem pelo exame de validação do diploma.

Após críticas, o Governo brasileiro descartou a revalidação automática de diplomas e optou por dar prioridade em atrair profissionais espanhóis e portugueses, sugerindo, na altura, que esses profissionais poderiam trabalhar por três anos sem a validação do diploma.

Para os médicos brasileiros, a proposta do Governo do Brasil não resolveria de forma definitiva a carência de médicos em áreas do interior do Brasil e nas periferias das grandes cidades.

Já a Ordem dos Médicos de Portugal considerou desprestigiante para os clínicos portugueses a proposta do Governo brasileiro, para que profissionais portugueses possam trabalhar temporariamente nalgumas regiões do Brasil, sem fazer o exame de revalidação do diploma de medicina.

Segundo o bastonário, a Ordem rejeita uma situação deste tipo, considerando que tem algumas semelhanças com a que o Governo português estabeleceu para os médicos da América Latina a trabalhar em Portugal.

Contudo, o caso da proposta do Governo brasileiro é ainda mais grave, afirmou José Manuel Silva, porque só "pretende atribuir uma licença provisória e apenas para regiões geográficas específicas do Brasil".

"É desconsiderar a capacidade e qualidade dos médicos portugueses. São circunstâncias limitadoras e desprestigiantes da medicina e dos médicos portugueses", declarou José Manuel Silva.

Mário Vilalva disse que "temos que enfrentar essas reações das ordens dos médicos do Brasil e Portugal.

"Entretanto, se o programa chegar a bom termo, os convites serão feitos. Haverá estímulos de ajudas de custos, boa remuneração, o reconhecimento rápido dos títulos. Portanto, tenho a impressão que será uma decisão individual", disse o embaixador Mário Vilalva.

A Presidente brasileira, Dilma Rousseff, realizará a sua segunda visita oficial a Portugal no dia 10 de junho.

CSR(ARP) // PJA

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