Amnistia culpa insurgentes rohingya de massacrar população hindu na Birmânia

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Porto Canal com Lusa

Banguecoque, 23 mai (Lusa) -- A Amnistia Internacional atribuiu hoje aos insurgentes rohingya o massacre da população hindu na Birmânia (Myanmar), que coincidiu com uma operação do exército que levou no ano passado 700.000 pessoas de minoria muçulmana a fugir para o Bangladesh.

Segundo a Amnistia Internacional (AI), a 25 de agosto do ano passado um grupo de rohingya armado com espadas e barras de ferro atacou pelo menos uma aldeia e, possivelmente, uma segunda no estado de Rakhine, oeste do país, onde 99 hindus morreram.

A AI documentou os ataques do autoproclamado Exército de Salvação Rohingya em Arakan com dezenas de entrevistas, incluindo a oito sobreviventes, e imagens analisadas por peritos forenses.

Um dos ataques ocorreu na aldeia de Kha Maung Seik, tendo sido executados 20 homens, 10 mulheres e 23 crianças, 14 delas com oito anos de idade. No mesmo dia, 46 pessoas da aldeia Ye Bauk Kyar foram encontradas mortas numa vala comum.

A responsável pelo gabinete de crise da AI, Tirana Hassan, disse em comunicado "ser difícil ignorar a brutalidades das ações".

"É tão crucial ser responsabilizado por estas atrocidades quanto pelos crimes contra a humanidade levados a cabo pelas forças de segurança birmanesas no norte do estado de Rakáin", acrescentou.

Esses ataques coincidiram com o ataque do mesmo grupo contra cerca de trinta posições das forças de segurança birmanesas que levaram à intervenção do exército.

A AI e outras organizações denunciaram todos os tipos de abusos incluindo assassinato, violação e tortura na operação militar contra o povo rohingya do norte da população do Estado de Rakhine, que fugiram em massa para Bangladesh.

"Os ataques embaraçosos da ARSA foram seguidos pela campanha de limpeza étnica do exército birmanês contra o povo rohingya no seu conjunto", disse Hassan.

"Ambos devem ser condenados. Os abusos e as violações dos direitos humanos levados a cabo por uma das partes não podem justificar os abusos e violações da outra parte", assinalou.

Desde agosto de 2017, cerca de 700.000 muçulmanos rohingya, alvos das operações do exército birmanês no oeste do país, fugiram para o Bangladesh, onde vivem em campos de refugiados.

Estes refugiados são oriundos do Estado de Rakhine (oeste da Birmânia, atualmente Myanmar) e fugiram depois de terem sido vítimas de uma campanha de repressão por parte do exército birmanês. Estes refugiados juntaram-se a outros 200 mil rohingyas que já estavam a viver no território do vizinho Bangladesh.

O êxodo dos rohingyas teve início em meados de agosto, quando foi lançada uma operação militar do exército birmanês contra o movimento rebelde Exército de Salvação do Estado Rohingya devido a ataques da rebelião a postos militares e policiais.

Desde que a nacionalidade birmanesa lhes foi retirada em 1982, os rohingyas têm sido submetidos a muitas restrições: não podem viajar ou casar sem autorização, não têm acesso ao mercado de trabalho, nem aos serviços públicos (escolas e hospitais).

DD (AJO) // SB

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