Polícia impede manifestação em Banguecoque no quarto aniversário do golpe de Estado

| Mundo
Porto Canal com Lusa

Banguecoque, 22 mai (Lusa) - A polícia tailandesa impediu hoje a realização de uma manifestação para exigir o restabelecimento da democracia na Tailândia, no quarto aniversário do golpe de Estado que levou os militares ao poder no país.

O protesto foi convocado pelo movimento "Queremos votar", que exige à junta militar do general Prayut Chan-Ocha a realização de eleições. Prayut anunciou um escrutínio um ano depois do golpe, em 2014.

Centenas de ativistas concentraram-se no recinto da universidade Thammasat, no centro da capital tailandesa, empunhando bandeiras do país e cartazes onde se podia ler: "Queremos votar. O poder pertence ao povo. O povo é dono do país", "Não temos medo".

Um milhar de agentes policiais foi destacado para a zona em torno da universidade, bloqueou os acessos e a saída do recinto. Através de megafones, a polícia disse aos manifestantes que o protesto era ilegal e as concentrações de carácter político de mais de cinco pessoas estavam proibidas, antes de impedir a marcha até à sede do Governo.

Nos últimos dias, as autoridades intensificaram os controlos em Banguecoque e a repressão contra os dissidentes.

Na segunda-feira, oito líderes, incluindo três antigos ministros, do Pheu Thai, o partido do Governo deposto no golpe de 2014, foram acusados de sedição.

Estes antigos responsáveis acusaram o Conselho Nacional para a Paz e a Ordem (NCPO, nome oficial da junta) de ter violado os direitos fundamentais dos tailandeses e de ter aumentado o défice público sem melhorar as condições de vida no país.

As forças armadas, lideradas por Prayut, atual primeiro-ministro, tomaram o poder a 22 de maio de 2014 com a promessa de acabarem com a corrupção, a crise política no país e realizar eleições o mais depressa possível.

O golpe deu-se poucos dias depois de a então primeira-ministra e líder do Pheu Thai Yingluck Shinawatra ter sido destituída do cargo pelo Tribunal Constitucional por abuso de poder.

Em 2016, a Tailândia aprovou em referendo uma nova Constituição mais restritiva e que entrou em vigor em 2017.

As eleições foram sucessivamente adiadas e a última indicação de uma data foi dada por Prayut, que se referiu ao início de 2019.

As plataformas políticas relacionadas com a família Shinawatra ganharam todas as eleições realizadas no país desde 2001. A Tailândia já foi palco de 12 golpes de estado desde o fim da monarquia absoluta em 1932.

A família Shinawatra é apoiada pelo poderoso movimento popular dos Camisas Vermelhas. As duas principais figuras do Pheu Thai, os dois antigos primeiros-ministros Yingluck e Thaksin Shinawatra estão no exílio em fuga de processos judiciais que denunciaram terem motivações políticas.

De acordo com analistas, as consecutivas vitórias do partido dos Shinawatra em todas eleições organizadas têm levado ao adiamento consecutivo de um novo escrutínio, que as autoridades receiam perder para a oposição.

EJ // EJ

Lusa/Fim

+ notícias: Mundo

Ex-membro da máfia de Nova Iorque escreve livro dirigido a empresários

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- Louis Ferrante, ex-membro do clã Gambino de Nova Iorque, disse à Lusa que o sistema bancário é violento e que escreveu um livro para "aconselhar" os empresários a "aprenderem com a máfia" a fazerem negócios mais eficazes.

Secretário-geral das Nações Unidas visita Moçambique de 20 a 22 de maio

Maputo, 06 mai (Lusa) - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, vai visitar Moçambique de 20 a 22 de maio, a primeira ao país desde que assumiu o cargo, em 2007, anunciou o representante do PNUD em Moçambique, Matthias Naab.

Síria: Irão desmente presença de armas iranianas em locais visados por Israel

Teerão, 06 mai (Lusa) - Um general iraniano desmentiu hoje a presença de armas iranianas nos locais visados por Israel na Síria, e o ministro da Defesa ameaçou Israel com "acontecimentos graves", sem precisar quais, noticiou o "site" dos Guardas da Revolução.