Embaixadora norte-americana da ONU insiste em resolução para crise dos Rohingya
Porto Canal com Lusa
Nações Unidas, Nova Iorque, 15 mai (Lusa) - A embaixadora norte-americana na ONU pediu, na segunda-feira, uma resolução rápida do Conselho de Segurança contra a Birmânia no âmbito da crise dos refugiados rohingya.
"A participação ativa do Conselho de Segurança é essencial para acabar com a crise dos rohingya", disse Nikki Haley, durante a reunião, na sequência da visita de uma missão da ONU ao Bangladesh e à Birmânia.
"Sabemos o que devemos fazer e não podemos permitir que interesses políticos e económicos a curto prazo nos impeçam de fazer o que precisa de ser feito", declarou, numa alusão às emendas introduzidas nas resoluções pela China.
"Temos meios únicos para encorajar o povo birmanês a tomar medidas para resolver esta crise e devemos usá-los", continuou Nikki Haley, sem especificar o tipo de meios.
A embaixadora reiterou a necessidade de uma ação rápida para ser adotada "uma resolução que liste as medidas a serem tomadas para resolver de uma vez por todas esta enorme e crescente crise humanitária e de direitos humanos".
Uma ação que Haley considerou ser um desafio "já que alguns membros do Conselho impediram a ONU de agir, por razões cínicas e de interesses próprios", acrescentou.
A diplomata não viajou com a missão da ONU ao Bangladesh e a Myanmar (antiga Birmânia), no início de maio.
Durante a visita, a missão das Nações Unidas pediu uma investigação aos crimes cometidos contra a minoria rohingya na Birmânia e defendeu a criação de condições para o regresso de centenas de milhares de refugiados, que fugiram para o Bangladesh.
"É muito importante melhorar as condições para o regresso dos refugiados", que a Birmânia considera imigrantes do Bangladesh, sujeitando-os a todo o tipo de discriminações, afirmou o diplomata peruano Gustavo Meza-Quadra, que liderou a missão criada pelo Conselho de Segurança à Birmânia.
Desde agosto de 2017, cerca de 700.000 muçulmanos rohingya, alvos das operações do exército birmanês no oeste do país, fugiram para o Bangladesh, onde vivem em campos de refugiados.
Devido à oposição da China, o Conselho de Segurança da ONU nunca foi chegou a adotar uma resolução sobre esta crise.
FST // EJ
Lusa/Fim