PSD só está disponível para acordos em reformas que exijam maiorias alargadas

| Política
Porto Canal com Lusa

Beja, 12 mai (Lusa) - O PSD só está disponível para acordos globais no parlamento para concretizar reformas que exigem maiorias alargadas, disse hoje o presidente do partido, Rui Rio.

"Estamos disponíveis para acordos globais democráticos com representação parlamentar, mas apenas e só para concretizar as reformas que exigem, pela sua natureza de continuidade e estabilidade governativa ou por imperativo constitucional, maiorias alargadas", disse Rui Rio, na cerimónia comemorativa dos 44 anos do PSD, hoje, em Beja.

Falando para uma audiência que quase encheu o Teatro Municipal Pax Julia, Rui Rio disse que "o PSD é o partido que sempre liderou as mais importantes reformas estruturais" da história da democracia portuguesa.

"O PSD é o partido de quem não se conforma com a mera gestão dos pequenos ganhos dos curtos ciclos de prosperidade conjuntural como hoje, infelizmente, está a acontecer no nosso país", disse.

Segundo Rui Rio, o PSD defende "um país mais justo e mais equilibrado" e onde "as pessoas se possam rever nos seus governantes, porque os reconhecem como competentes, corajosos e, acima de tudo, sérios".

Governantes "sérios do ponto de vista material, porque não ocupam cargos públicos para enriquecer, e do ponto de vista imaterial, porque são coerentes e não se desdizem ao sabor das suas conveniências" e que "honrem a democracia em vez de a desonrarem, como infelizmente tantas vezes tem acontecido", esclareceu.

Rui Rio disse também que o PSD não quer olhar para a política "como um exercício retórico ou de lutas intestinais, sejam elas dentro das fileiras do partido ou nos combates com os adversários".

"Olhamos [sociais-democratas] para a política como uma missão para resolver os problemas das pessoas, uma missão de serviço ao país com responsabilidade e com sentido de Estado, longe dos calculismos e das habilidades táticas para meros ganhos de curto prazo", explicou.

Trata-se de uma missão que o PSD "aspira levar a cabo ao leme da governação de Portugal", o que, ao longo da sua história, "sempre soube fazer com particular sentido de responsabilidade", afirmou.

"O PSD não se pode conformar com um Portugal centralizado, concentrado e desigual", e, por isso, festejou hoje os 44 anos em Beja, "em pleno coração" do Alentejo, "uma região historicamente sofrida e demasiado tempo esquecida pelos poderes políticos", disse.

Segundo Rui Rio, no Alentejo há dois projetos em grande escala "fadados" por "avanços e recuos", o Alqueva e o aeroporto de Beja.

O Alqueva "foi vital para a nova vida agrícola" da região, mas "continuam a subsistir estrangulamentos ao plano de regadios de que a barragem é o principal motor" e "ainda há muita área à espera da água" do empreendimento.

A Base Aérea n.º 11, de Beja, "arrasta consigo um triste historial, não na sua componente militar, cujo passado "tanto honra" as Forças Área Portuguesa, mas é preciso "reconhecer que o potencial civil disponível na infraestrutura", ou seja o aeroporto de Beja, "nunca foi equacionado com sentido de rigor e perspetivado para potenciar os recursos" da região.

"Gastou-se dinheiro público para abrir a base ao tráfego civil", através da construção do aeroporto, "mas sem estudos sérios e rigorosos e atuando na base do palpite", disse, referindo que aquele dinheiro "foi utilizado com demasiada ligeireza, porque as companhias aéreas nunca consideraram o aeroporto de Beja como alternativa comercial" aos aeroportos de Lisboa e Faro.

Rui Rio defendeu que "faz todo o sentido aproveitar os 'clusters' aeronáuticos de Ponte de Sor e de Évora e procurar que se possam estender a Beja e criar um eixo de desenvolvimento destas indústrias" no Alentejo.

Segundo Rui Rio, Beja "merece acessos viários de primeira qualidade, como os restantes distritos do país", alertando que circular no Itinerário Principal 8 "é percorrer um itinerário perigoso, com piso degradado, vias estreitas e obstáculos diversos".

A eletrificação do troço ferroviário entre Beja e Casa Branca da Linha do Alentejo, onde a CP opera com "uma frota de automotoras a diesel com mais de 50 anos", "continua uma miragem, já que o financiamento da intervenção nem sequer conta" no atual programa de fundos comunitários, Portugal 2020, disse.

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