Estado apoia Madeira a conseguir fundos europeus para finalizar obras - Jardim

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Porto Canal / Agências

Funchal, 22 jan (Lusa) -- O presidente do Governo da Madeira criticou esta noite o "preconceito" que existe na União Europeia em relação às obras públicas, destacando o apoio do executivo central para conseguir fundos que permitam acabar obras por concluir na região.

"Hoje continuo a encontrar, quer da parte do Governo da República, quer da União Europeia (EU, o preconceito contra setor da construção civil", disse Alberto João Jardim num jantar organizado pela associação de empresários deste setor na Madeira (ASSICOM), assegurando ser este o último em que participa na qualidade de chefe do executivo madeirense.

"Neste momento que estou a discutir com o Estado português e a UE, via Governo da República, fundos necessários para se acabar obras que estão interrompidas, estou a chocar com este preconceito da UE em relação às obras públicas, e sobretudo em relação a vias de circulação", destacou o líder madeirense.

Jardim realçou que o aumento do teto de investimento conseguido permitirá "continuar algumas obras que estavam interrompidas" na região ainda este ano, apontando que existe "uma excelente comunicação com o ministro Maduro" quanto à importância deste objetivo.

"Neste momento, jogando com o facto das regiões ultraperiféricas poderem ir até 95% de contribuição de fundos europeus e haver um tratamento excecional para estas regiões (...) nós estamos convencidos, posso garantir que há identidade de pontos de vista entre Lisboa e Funchal, penso que podemos contar com o efeito positivo nas diligências para acabar aquilo que é preciso acabar", sublinhou.

O líder insular sustentou também que não pode ser "solidário" com a política económica seguida pelo Estado português, defendendo que a recuperação do país teria de passar pelo "escalonamento da dívida, o aumento da procura e a reforma constitucional, o que não acontece".

"Ouve-se falar de reforma do Estado, mas o Estado, na sua estrutura, continua sempre na mesma. Reforma de Estado não é reduzir salários, pensões e faltar ao respeito de pessoas que trabalharam a vida inteira. A reforma do Estado é reduzir ou eliminar setores na vida do Estado que se revelam absolutamente nocivos, desnecessários para que se suporte determinadas despesas", argumentou o responsável regional.

Jardim insistiu ainda "não estar arrependido" de ter contraído dívida pública para conseguir o desenvolvimento da Madeira e elogiou a colaboração dos empresários da construção civil neste processo.

Falando sobre a revisão do programa de ajustamento da Madeira, Alberto João Jardim assegurou que "o que está em vigor hoje é o mesmo que foi assinado no tempo do ministro Gaspar" e apontou que têm sido introduzidas "alterações e encontraram-se outras soluções", sendo um processo "negociado pouco a pouco".

Sobre a preocupação com tempo 'pós-troika' disse: "Ninguém tenha ilusões, não vai acabar o período de rigor das contas públicas. Vamos continuar, embora com outra agilização, mas não vai haver flexibilização porque isso assustava os mercados internacionais", opinou Jardim.

AMB // JCS

Lusa/fim

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