CDU/Porto quer que antiga biblioteca do Marquês providencie serviço público
Porto Canal / Agências
Porto, 20 jan (Lusa) -- A CDU vai propor na reunião da Câmara do Porto de terça-feira que a antiga biblioteca do Marquês providencie "um serviço público, com valência social e cultural", tendo a autarquia já anunciado a transformação do espaço numa cafetaria.
A Câmara do Porto revelou a 09 de janeiro que a escritura de concessão da antiga biblioteca do Marquês, encerrada há 13 anos e emparedada desde dezembro, iria ser assinada "em breve", prevendo a transformação do espaço numa cafetaria.
De acordo com a proposta de recomendação que será apresentada terça-feira pelo vereador da CDU na reunião do executivo da Câmara do Porto -- à qual a agência Lusa teve hoje acesso -- os comunistas querem "garantir que este espaço venha a providenciar um serviço público, com valência social e cultural".
O mesmo texto antecipa o estudo da viabilidade de vir a ser localizada naquele espaço "uma extensão da rede de bibliotecas municipais, com predomínio para a literatura dedicada à infância e à juventude".
"Ou caso, esta hipótese não seja viável, a abertura de um concurso de ideias que venha a determinar a ocupação deste espaço, assegurando a valência social e cultural", sugerem.
O vereador da CDU, Pedro Carvalho, quer ainda a anulação da hasta pública de "concessão do espaço sem determinar o fim e sem salvaguardar o seu fim cultural ou o seu caráter de serviço público", datada de 16 de julho do ano passado, quando era ainda o executivo liderado por Rui Rio.
Esta hasta pública surgiu, de acordo com o mesmo texto, "na sequência de uma ocupação a 16 de junho de 2012 por um grupo de cidadãos, que chamou à atenção da opinião pública para o abandono a que este espaço tinha sido votado por parte Câmara Municipal do Porto".
A autarquia anunciou a 16 de dezembro ter revogado a adjudicação da concessão de exploração da antiga biblioteca a Manuel Leitão, pelo facto de o empresário "se ter recusado a celebrar a escritura" de acordo com o programa da hasta pública realizada para o efeito, a 16 de julho de 2012.
Criada no fim desse ano para substituir Manuel Leitão "na gestão da biblioteca para os fins para que foi criada", a associação Fora da Porta fez chegar hoje à Lusa um "apelo cívico" onde se pede "à atual gestão municipal um processo de reflexão sobre este espaço público e sobre esta concessão".
No início de agosto de 2013 esta entidade divulgou estar a ter reuniões com os candidatos à autarquia para tentar obter o seu "compromisso público" de reabertura do equipamento.
A antiga biblioteca do jardim do Marquês, com 43 metros quadrados, esteve fechada durante 11 anos, e seria reaberta a 16 de junho de 2012 por um grupo de cidadãos que procedeu ao desentaipamento do espaço e à sua ocupação com o intuito de devolver o espaço à sua vocação de biblioteca.
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