Pescadores dizem que novas limitações à pesca da sardinha resultam da diminuição da quota

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 30 abr (Lusa) -- O presidente da Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca (ANOP) do Cerco, disse hoje à Lusa que as novas limitações impostas à pesca da sardinha resultam da diminuição da quota e lamentou a falta de apoios.

"Esta alternativa é a única forma de assegurarmos que, durante os meses de junho e julho, não vai faltar sardinha para o consumo em fresco, numa época bastante importante. É uma consequência quase que imposta pela diminuição das possibilidades de pesca até 31 de julho. Foi a alternativa encontrada e tem uma certa lógica, o que não quer dizer que concordamos com ela", disse Humberto Jorge, em declarações à Lusa.

No entanto, o responsável discorda que continuem a ser exigidos sacrifícios, numa altura em que "a abundância da sardinha é por demais evidente" na costa portuguesa.

"Houve um aumento significativo [de sardinha] na nossa costa, que tem sido confirmado não só pelos nossos profissionais, que estão no dia-a-dia no mar, mas também pelos cientistas, nomeadamente o IPMA [Instituto Português do Mar e da Atmosfera] que, no último cruzeiro científico de dezembro confirmou que a biomassa aumentou significativamente. Portanto, achamos que, com esta nova realidade, deviam ser alteradas as possibilidades de pesca para 2018 e não voltar a pedir sacrifícios ao setor", apontou.

Humberto Jorge lamentou ainda que os pescadores só tenham recebido um mês de apoio, no valor de 900 euros, em cerca de seis meses de paragem.

"Não está previsto recebermos mais apoios. O que vai acontecer é que algumas embarcações já estão no mar, altamente condicionadas na sua atividade e consequentemente nos seus rendimentos, e vão tentar sobreviver. Ainda não sabemos, muito bem, é como [fazê-lo], vai tudo depender também das zonas, porque nalgumas existem outras espécies alternativas e noutras não", concluiu.

A pesca da sardinha está proibida entre 01 e 20 de maio, e nos feriados, e limitada entre 21 de maio e 31 de julho, segundo um diploma publicado hoje, dia em que terminava a proibição de captura.

No diploma, que entra em vigor na terça-feira, o secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, interdita a captura, manutenção a bordo e descarga de sardinha, no período compreendido entre as 00 horas do dia 01 de maio e as 24 horas do dia 20 de maio de 2018, com qualquer arte de pesca, desde a Galiza ao Golfo de Cádis, a chamada zona 9 definida pelo Conselho Internacional para a Exploração do Mar (CIEM).

PE (VP) // MSF

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