Hostilidade aos 'media' ameaça democracias

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Porto Canal com Lusa

Paris, 25 abr (Lusa) - A organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF) advertiu hoje que a crescente hostilidade dirigida aos media, encorajada por alguns líderes políticos, e a imposição de uma visão do jornalismo por regimes autoritários, ameaçam as democracias.

A organização divulgou o relatório anual intitulado "Classificação Mundial Da Liberdade de Imprensa 2018", no qual advertiu "para a expansão de um sentimento de ódio dirigido aos jornalistas".

"A hostilidade contra os meios de comunicação, encorajada por políticos e pela vontade de regimes autoritários de exportar a sua visão do jornalismo, ameaça as democracias", acusou a RSF.

O relatório, que avalia anualmente as condições para o exercício do jornalismo em 180 países, denunciou que a hostilidade em relação aos jornalistas já não é detida exclusivamente por líderes de países autoritários, como a "Turquia (157.º do 'ranking') ou o Egito (161.º), que mergulharam na fobia dos meios de comunicação ao ponto de generalizar as acusações de terrorismo contra os jornalistas e deter arbitrariamente os profissionais críticos dos seus governos".

"Cada vez mais chefes de Estado democraticamente eleitos consideram a imprensa não como um fundamento essencial da democracia, mas como um adversário contra o qual demonstram abertamente aversão", registou a RSF, dando o exemplo dos Estados Unidos, onde o Presidente Donald Trump "qualifica sistematicamente repórteres como inimigos do povo, uma expressão anteriormente utilizada por Jose Estaline".

Os EUA caíram dois lugares na classificação e ocupam o 45.º lugar.

"Os dirigentes políticos que alimentam a repulsa contra o jornalismo têm uma pesada responsabilidade, pois colocam em questão a visão de um debate público baseado na apreciação plural dos factos e favorecem o desenvolvimento de uma sociedade de propaganda", afirmou secretário-geral da RSF.

De acordo com o relatório, divulgado desde 2002, a linha entre "a brutalidade verbal e a violência física está cada vez mais ténue", dando o exemplo do Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte (133.º lugar), "um adepto dos insultos e ameaças contra a imprensa".

Já no caso da Índia (138), os Repórteres Sem Fronteiras acusam o Governo chefiado por Narendra Modi de pagarem a pessoas para disseminarem "discursos de ódio contra os jornalistas, amplificados nas redes sociais".

No último ano, em ambos os países, quatro jornalistas foram assassinados, lembrou a organização.

MIM // EJ

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