Assembleia Municipal do Porto aprova contas de 2017 com críticas da oposição

| Política
Porto Canal com Lusa

Porto, 24 abr (Lusa) -- A Assembleia Municipal do Porto aprovou por maioria, na segunda-feira à noite, as contas de 2017 com a oposição a criticar o saldo de gerência de 90 milhões de euros, lembrando que a câmara "não é um banco".

"Traduziu-se, assim, uma vez mais, o cumprimento do programa eleitoral sufragado e do programa de governação apresentado e desenvolvido pelo executivo. Um programa que partia de um princípio: o princípio das contas à moda do Porto", afirmou o presidente da Câmara Municipal do Porto, o independente Rui Moreira.

Contas à moda do Porto não é um exercício matemático ou contabilístico, contas à moda do Porto é cumprir o programa e é fazê-lo com responsabilidade plurianual, referiu.

"Não vale a pena dizer que o melhor é, afinal, pior. Boas contas, desculpem, não podem ser más, a não ser por tática política que revela algum desespero", sustentou.

Segundo o deputado social-democrata Francisco Carrapatoso, as contas são desequilibradas, "talvez as mais desequilibradas do milénio".

Na sua opinião, "o excedente" de 2017 daria para pagar 15 novas pontes entre o Porto e Vila Nova de Gaia, quatro reabilitações do Mercado do Bolhão e dez reabilitações do Pavilhão Rosa Mota.

Por seu lado, Rui Lage, do PS, salientou que a prudência orçamental é imprescindível para prestar serviço público de qualidade, contudo entendeu que a poupança não é uma virtude em si mesmo.

"Quando temos 90 milhões de euros significa que a cidade não tem problemas ou que estamos perante uma incapacidade de investimento", entendeu.

Já o deputado da CDU Artur Ribeiro, vincando que tem uma opinião contrário à de Rui Moreira, ressalvou que uma câmara não é um banco e não existe para dar lucro.

"Havendo tantas carências, haver um excedente deste é demais", observou.

O BE, por Susana Constante Pereira, criticou que continue a não existir uma prestação de contas sobre o património municipal.

Além disso, lembrou que o dinheiro devia ser canalizado para resolver as "tantas carências" do Porto.

A única deputada eleita pelo PAN, Bebiana Cunha, questionou o executivo sobre a taxa de execução do urbanismo e a habitação social.

Face às críticas, Rui Moreira, dirigindo-se ao PSD, atirou que em 12 anos fizeram zero e, quanto ao apontamento do BE, o independente reconheceu a "justa exigência" do partido quanto ao cadastro, acrescentando ser um "trabalho formiga" com qual todas as câmaras se deparam.

Antes do início dos trabalhos, que se prolongaram até perto da 01:00, o presidente da Assembleia Municipal disse que João Semedo e Barbara Veiga, eleitos pelo BE, renunciaram ao mandato, sendo substituídos por Susana Constante Pereira e Pedro Lourenço.

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