Identificar "matéria negra" e estudar bosão de Higgs são novos desafios da CERN
Porto Canal / Agências
Genebra, 17 jan (Lusa) - A identificação da "matéria negra" e o estudo detalhado do recém-identificado Bosão de Higgs são novos desafios da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), anunciou hoje o diretor de Investigação e Computação científica da instituição.
O CERN celebra durante 2014 o seu 60.º aniversário, que Sergio Bertolucci descreve como "20 anos de idade com 40 anos de experiência" para evocar o dinamismo da instituição.
Bertolucci disse hoje, citado pela agência efe, que a potência do acelerador de partículas da CERN (oficialmente designado 'Grande Colisor de Hadrões' ou LHC na sigla em inglês) será duplicada durante este ano para tentar desvendar os mistérios e incertezas que ainda rodeiam o Bosão de Higgs, a partícula subatómica cuja existência, teorizada em 1964 pelo físico britânico Peter Higgs foi materializada em julho de 2012 por uma experiência realizada no LHC.
O Bosão de Higgs, também conhecido como a "partícula de Deus", é a peça do 'puzzle' subatómico que permite explicar a existência de massa em toda a matéria conhecida.
De acordo com Sergio Bertolucci, a identificação e confirmação da existência da "matéria negra" é outro dos grandes desafios que os investigadores do CERN pretendem abraçar a partir deste ano
A física moderna admite que a "matéria negra" constitui cerca de 26 por cento do universo, com a matéria 'normal' a constituir apenas cerca de 4%, sendo os restantes cerca de 70% constituídos por outra entidade desconhecida, apenas teorizada, designada "energia negra".
O responsável científico do CERN defendeu que a confirmação da existência da "matéria negra" seria "uma descoberta ainda mais importante que a do (bosão de) Higgs".
Mas informação divulgada pelo CERN indica que a instituição continuará também a dedicar-se a projetos com aplicações mais práticas e imediatas, como por exemplo a colaboração com o Hospital Universitário de Marselha para o desenvolvimento de um novo dispositivo de deteção precoce do cancro da mama, que poderá entrar ao serviço clínico em 2015.
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