BPI quer vender em bolsa ações do BFA para reduzir operação em Angola

| Economia
Porto Canal com Lusa

Porto, 20 abr (Lusa) -- O Banco BPI está a estudar a possibilidade de vender em bolsa ações que detém no Banco de Fomento de Angola (BFA), para cumprir a recomendação do BCE de reduzir a operação no mercado angolano, disse hoje o presidente executivo.

"Estamos a trabalhar num IPO [initial public offering] para reduzir a posição", disse Pablo Forero, referindo que avançarão com essa hipótese quando as condições de mercado o permitirem.

Contudo, considerou que não é provável que essa operação seja feita este ano, uma vez que demora tempo a montar este tipo de operações.

Forero adiantou que não há uma decisão sobre se o BPI ficará com uma posição no angolano BFA ou se venderá a totalidade da sua participação.

"Não tomamos nenhuma posição, se queremos ficar com x ou y. Nem sequer falamos, ainda estamos no processo de trabalhar como realizar um ipo", explicou.

Para o BPI vender em bolsa as ações que detém no BFA (correspondentes a 48% do capital social), o Banco Fomento de Angola (BFA) tem de estar cotado em bolsa, uma possibilidade que a empresária Isabel dos Santos (dona da Unitel, a empresa que tem a maioria do capital do angolano BFA) admitiu o ano passado.

Forero não quis falar hoje sobre a posição da Unitel neste processo e referiu que o que fala com a Unitel é "confidencial", ainda que acrescentando que esta "conhece os planos" do BPI.

A redução da participação do BPI no BFA é uma exigência do Banco Central Europeu (BCE), que contudo não deu data para ser cumprida nem de quanto tem de ser a diminuição da posição.

Em janeiro, perante as declarações de Isabel dos Santos a dizer que quer novos acionistas no BFA e sobre a possibilidade de um IPO, Pablo Forero disse em conferência de imprensa que o BPI via com "interesse a possibilidade de vender parte das ações nessa operação".

O Banco de Fomento de Angola é, desde início de 2017, controlado pela Unitel, a maior operadora de telecomunicações de Angola, onde Isabel dos Santos tem 25% do capital.

Antes disso, até janeiro de 2017, o BFA era controlado pelo BPI, que o fundou na década de 1990.

Contudo, em janeiro de 2017, o BPI cumpriu uma exigência do BCE e reduziu a operação em Angola, através da venda de 2% da sua participação à Unitel (por 28 milhões de euros).

Desde então, a Unitel tem 51,9% e o BPI 48,1%.

O BPI divulgou hoje que teve lucros de 210 milhões de euros no primeiro trimestre do ano.

Atualmente, o BPI é controlado pelo grupo espanhol CaixaBank (em mais de 80%), após uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) feita no início de 2017. Na operação, a 'holding' angolana Santoro, de Isabel dos Santos, vendeu a participação de 18% que tinha no BPI por 300 milhões de euros.

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