Penas entre 6 e 16 anos para 13 arguidos por tráfico humano da Roménia e Bulgária

| País
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 17 mar (Lusa) -- O Tribunal de Loures condenou hoje a penas efetivas entre seis e 16 anos de prisão 13 dos 26 arguidos acusados de pertencerem a uma rede que traficava pessoas da Roménia e da Bulgária para Portugal para exploração laboral.

O tribunal aplicou pena suspensa de cinco anos a uma das arguidas, condenou um arguido ao pagamento de 800 euros por posse ilegal de arma, enquanto outros dois arguidos foram condenados por lenocínio (incentivo à prostituição com fins lucrativos) a penas até ano e meio de prisão, mas como ambos estavam em prisão preventiva -- tendo já cumprido a pena hoje determinada - foram postos em liberdade.

Na leitura do acórdão, que decorreu no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, à semelhança de todo o julgamento (que decorreu à porta fechada), por questões de segurança, o coletivo de juízes absolveu nove dos 26 arguidos dos crimes de associação criminosa e de tráfico de pessoas, incluindo quatro cidadãos portugueses, um deles advogado.

Os 26 arguidos, 11 homens e seis mulheres de nacionalidade romena, quatro homens e uma mulher búlgaros e quatro homens portugueses, um deles advogado, estavam acusados, cada um, de um crime de associação criminosa e de 35 crimes de tráfico de pessoas.

A acusação do Ministério Público, a que a agência Lusa teve acesso, sustenta que, entre setembro de 2011 e novembro de 2015, um casal, com a ajuda de três filhos e de dois sobrinhos, concebeu "um plano com vista a aliciar, transportar, alojar e posteriormente entregar pessoas de nacionalidade romena e búlgara em território nacional para fins de exploração sexual e exploração do trabalho", a troco de dinheiro.

O tribunal aplicou ao casal, como líderes desta rede criminosa, as penas maiores: 16 anos de prisão para o homem e 15 anos para a mulher, por um crime de associação criminosa e por 31 crimes de tráfico de pessoas, cada um.

O coletivo de juízes aplicou ainda penas de dez e oito anos de prisão a dois dos arguidos, sete anos e meio de prisão a quatro dos arguidos, um dos homens foi condenado a sete anos de prisão, enquanto três dos arguidos ficaram com penas de seis anos e meio de prisão e um outro arguido foi condenado a seis anos de prisão efetiva.

Alguns dos principais elementos desta rede criminosa efetuavam a primeira abordagem junto das herdades para convencer os responsáveis a colocar os seus trabalhadores, nomeadamente em herdades do Alentejo.

Segundo a acusação, os arguidos organizaram uma estrutura humana e logística, estável e hierarquizada, com distinções de tarefas, de responsabilidades e de ganhos, visando trazer para Portugal pessoas de famílias com dificuldades económicas e com pouca formação escolar, para depois as alojarem em habitações no centro e sul do país "em condições degradantes e sub-humanas", havendo situações em que passavam fome.

O coletivo de juízes deu como provada a existência de uma rede criminosa organizada, hierarquizada e com tarefas bem definidas para a prática da exploração laboral, não dando como provado a exploração sexual das vítimas.

JGS // MLS

Lusa/Fim

+ notícias: País

Portugal com 23 casos confirmados de sarampo

O número de casos de sarampo subiu para 23 em Portugal, havendo ainda seis casos em investigação, segundo um balanço da Direção-Geral da Saúde (DGS).

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.