Ryanair vai contratar tripulantes de cabine em Portugal para bases europeias

| Economia
Porto Canal com Lusa

Redação, 13 abr (Lusa) -- A Ryanair está a contratar em Portugal, durante abril e maio, tripulantes de cabine para as suas bases europeias, decorrendo hoje no Porto a primeira de dez sessões de recrutamento, anunciou a companhia aérea.

Em comunicado, a companhia aérea de baixo custo irlandesa - cujas condições de trabalho em Portugal têm sido contestadas pelo sindicato que representa os tripulantes - informa que "não é necessária experiência prévia" e que "será providenciada formação completa" aos candidatos selecionados, que, após terem completado com sucesso a formação, ficarão localizados numa das bases europeias da Ryanair.

O recrutamento será feito pelo responsável pelo recrutamento de novos talentos da Ryanair, Mark Duffy, em parceira com o Crewlink, ao longo de dez sessões a decorrer entre hoje e 25 de maio nas cidades de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Ponta Delgada.

A primeira sessão decorre já hoje, no Porto, estando marcadas para esta cidade mais três datas de recrutamento, em 27 de abril, 11 e 25 de maio. Em Lisboa, as sessões de recrutamento decorrem a 16 de abril, 04 e 18 de maio, enquanto em Ponta Delgada serão a 10 de abril, em Faro a 26 de abril e no Funchal a 15 de maio.

A Ryanair não revela quantos tripulantes pretende contratar em Portugal.

Atualmente com mais 9.000 tripulantes de cabine, a Ryanair aponta como "motivos para se juntar à equipa" da companhia a formação gratuita, subsídio de formação, uniforme gratuito no primeiro ano e subsidiado no segundo, prémio de assinatura de 750 euros e salário-base "competitivo".

Destaca ainda a atribuição de bónus de produtividade, o pagamento das horas em serviço/bónus de vendas, o salário com objetivos atingidos entre 17.000 e 23.000 euros no primeiro ano, as "oportunidades de progressão de carreira fantásticas e o contrato de "dois anos garantidos com oferta de contrato permanente a partir desse momento".

Também referida pela companhia é a "grande variedade" de bases para escolha, o "horário estável" de cinco dias de trabalho com três dias de descanso, os bilhetes "com condições especiais" para colaboradores e a "segurança de trabalhar para uma companhia aérea com estabilidade financeira".

A Ryanair tem estado envolvida numa polémica desde a greve dos tripulantes de cabine em Portugal por ter recorrido a trabalhadores de outras bases para minimizar o impacto da paralisação em Portugal.

Ainda na quarta-feira, a presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) considerou "uma ideia muitíssimo boa" ir a tribunal, depois da Ryanair ter admitido a possibilidade de processar o sindicato.

"Até acho muito bem que todos vamos a tribunal dirimir este problema em conjunto. Acho que foi uma ideia muitíssimo boa e estamos preparados para isso, com toda a certeza", referiu à agência Lusa, Luciana Passo, depois de o presidente executivo da transportadora irlandesa ter admitido naquela manhã um processo face às "falsas alegações" dos sindicalistas.

"Se calhar até é um sítio, onde com toda a lisura, e naturalmente face à Justiça e dentro de um tribunal podemos mostrar todas as irregularidades, podemos demonstrar todos os atropelos e fazer a Ryanair a defesa que entender e demonstrar que nós próprios estamos errados e que os tripulantes estão errados", acrescentou.

Michael O'Leary, CEO da companhia aérea de baixo custo, tinha admitido à Lusa processar o sindicato de tripulantes se continuar com as "falsas alegações" de violação da lei portuguesa, no âmbito da recente greve de trabalhadores de bases nacionais.

Desde o início da paralisação de três dias, no período da Páscoa, que o SNPVAC acusou a companhia aérea de violar a lei portuguesa, ao substituir trabalhadores em greve, incluindo com ameaças de despedimento.

A dirigente sindical considerou ainda que a transportadora "está a dar a volta à questão", até porque tem referido a possibilidade de aumentos salariais ao sindicato.

"Ninguém pediu nesta altura aumentos, o que se pediu foi que a lei portuguesa, estando os tripulantes a trabalhar em território nacional, iria ser uma garantia" em questões como baixas médicas.

"E que não iriam insistir na coação e na intimidação quando os objetivos de vendas não eram atingidos e que a lei da parentalidade iria ser cumprida quando o tripulante assim o entendesse", elencou a dirigente.

PD (PL) // MSF

Lusa/fim

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