China deve cumprir as mesmas regras que o resto do mundo - Chris Patten

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 13 abr (Lusa) -- O ex-governador de Hong Kong Chris Patten afirmou que a China deve cumprir as mesmas regras de comércio adotadas pelos restantes países e lamentou que as promessas relativas a Hong Kong não estejam a ser mantidas.

O último governador de Hong Kong, que exerceu o cargo entre 1992 e 1997, data em que o território foi entregue à China, e se tornou posteriormente responsável europeu das relações exteriores, declarou numa entrevista à Lusa que a China está a violar o princípio de "um país, dois sistemas" em Hong Kong.

"Fez coisas que comprometem o Estado de direito, raptou pessoas, teve um efeito nefasto na liberdade de expressão e na liberdade de imprensa", elencou o antigo político, dizendo que o que está a acontecer em Hong Kong é semelhante à repressão de dissidentes sob a égide de Xi Jinping na China continental.

"Penso que isso levanta dúvidas sobre o compromisso da China no longo prazo quanto à declaração conjunta [o acordo entre o Reino Unido e a República Popular da China, que garantia um estatuto de autonomia relativa, direitos e liberdades em Hong Kong], sublinhou Chris Patten.

O ex-líder do Partido Conservador manifestou a esperança de que "a China desempenhe um papel construtivo e positivo nas questões internacionais" no século XXI e destacou que as pessoas "vão olhar para ver se a China cumpre, ou não, as suas promessas em Hong Kong como um indicador se vão, ou não, cumprir as suas promessas noutras questões".

O comércio é outra área em que a atuação da China é criticada por Chris Patten: "Candidatam-se a ser membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) e, sinceramente, não cumpriram a sua palavra. Abandonaram alguns compromissos que deveriam ser aplicados no quadro da OMC, estiveram envolvidos em roubos de propriedade intelectual, têm criado dificuldades ao investimento estrangeiro na China e entraves às exportações, por isso estão a jogar segundo regras diferentes do resto do mundo e não me parece que isso seja aceitável".

Chris Patten salientou que quer que a China seja "bem-sucedida e que a sua economia tenha um bom desempenho", mas nas mesmas condições em operam as restantes economias.

Por isso, e apesar de achar que o Presidente norte-americano, Donald Trump, não lidou com a questão da forma mais sensata ao impor um aumento de tarifas sobre os produtos chineses, em vez de "trabalhar com a Europa e o Japão para tentar que a China cumpra as regras", afirmou que "a força dos seus argumentos" é inegável.

RCR // VM

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