Seul, 17 jan (Lusa) - A Coreia do Sul recusou hoje a proposta da Coreia do Norte em que Pyongyang se comprometia a reduzir a tensão na fronteira contra o cancelamento por Seul das próximas manobras militares com os Estados Unidos.

"Vamos realizar os exercícios militares como estavam previstos", disse à agência Efe um porta-voz do Ministério da Defesa de Seul após uma reunião em que diversos organismos do Governo analisaram a proposta da Coreia do Norte.

O regime de Kim Jong-un apresentou formalmente a proposta na quinta-feira e assumia "tomar medidas para deter os atos de provocação e difamação mútuos a partir de 30 de janeiro", refere um despacho da agência estatal norte-coreana, KCNA.

A nota instava as autoridades da Coreia do Sul a "tomar a decisão política de cancelar o 'Key Resolve' e o 'Foal Eagle'", dois exercícios militares que Seul e Washington realizam na primavera e que visam coordenar a sua defesa perante a ameaça da Coreia do Norte.

Pyongyang argumentou que ambas as partes devem deter atos hostis na região das ilhas militarizadas da zona de fronteira no Mar Amarelo, um dos maiores focos de tensão devido à proximidade entre os dois países da península coreana.

No comunicado a Coreia do Norte prometeu inclusivamente "levar a cabo a primeira ação prática para tornar a proposta realidade" abrindo a possibilidade de recuperar os encontros de famílias separadas pela Guerra da Coreia entre 1950 e 1953 se as relações melhorassem, depois de ter recusado recentemente a proposta de Seul sobre os encontros.

Um porta-voz do Ministério da Defesa de Seul argumentou que os exercícios com os Estados Unidos "não são exercícios ofensivos" e que por isso não serão cancelados e recordou que Pyongyang também realiza manobras militares.

Horas antes também a Casa Branca tinha garantido não existirem alterações aos exercícios militares que irão decorrer entre fevereiro e abril.

Os Estados Unidos têm em permanência 28.500 soldados estacionados permanentemente na Coreia do Sul.

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