Demissão coletiva no CDS/Aveiro após reedição da coligação com PSD

| Política
Porto Canal / Agências

Aveiro, 07 jun (Lusa) - Catorze elementos da concelhia de Aveiro do CDS, incluindo dois vice-presidentes a secretária-adjunta e vários vogais, apresentaram a demissão alegando discordâncias na estratégia autárquica local, depois do anúncio da reedição da coligação com o PSD.

Numa carta a que a Lusa teve hoje acesso, o grupo de demissionários diz que o processo para as eleições autárquicas "tem sido assumido pela presidente da Concelhia à revelia do órgão executivo e em evidente incumprimento do Regulamento Autárquico eleições 2013, recentemente aprovado em sede do Conselho Nacional do partido".

Entre os demissionários estão dois vice-presidentes da Concelhia (Diogo Machado e Fernando Carvalho) e as duas vereadoras do CDS que integram o executivo da Câmara de Aveiro (Maria da Luz Nolasco e Maria Teresa Christo).

A missiva, datada de 2 de junto, foi enviada à presidente da Concelhia de Aveiro do CDS, Maria José França, e ao presidente da Mesa do Plenário Concelhio, Miguel Capão Filipe, bem como para os órgãos distritais e nacionais do partido.

O pedido de demissão deste grupo surgiu cerca de uma semana depois de o primeiro vice-presidente da Concelhia, Ricardo Sequeira, ter anunciado a saída do cargo invocando os mesmos motivos.

Fonte do CDS disse à Lusa que, com esta decisão, a Concelhia deixa de ter quórum e cai automaticamente, tendo de ser marcadas eleições no prazo de 30 dias.

Na origem da polémica está um acordo subscrito pelos presidentes das comissões políticas concelhias do PSD, Vítor Martins, e do CDS-PP, Maria José França, para concorrer em coligação nas próximas autárquicas, tendo Ribau Esteves como candidato à Câmara de Aveiro.

Em declarações à Lusa, Ricardo Sequeira disse que a assinatura do acordo foi um "ato irregular", argumentando que a coligação "nunca foi objeto de votação na Concelhia".

O dirigente demissionário adiantou ainda que, pelos estatutos do partido, a coligação teria de ser aprovada em plenário, um passo que também não foi cumprido.

A presidente da Concelhia, Maria José França, contrapôs que a reedição da coligação com o PSD para as eleições autárquicas foi aprovada por "larga maioria" naquele órgão.

"Foram respeitadas as regras de democraticidade interna. Em democracia, é preciso saber ganhar e saber perder", adiantou a dirigente local do CDS, acrescentando que, "a seu tempo", pedirá a convocação do plenário concelhio para aprovar a coligação.

Em maio passado, um grupo de mais de 50 militantes do CDS de Aveiro subscreveu um requerimento a pedir a convocação de um plenário concelhio para 01 de junho a fim de discutir a coligação nas autárquicas em Aveiro, o que não chegou a acontecer.

Em abril passado, o PSD avançou com o nome de Ribau Esteves, que está a cumprir o terceiro mandato à frente da Câmara de Ílhavo, como candidato do partido às próximas eleições autárquicas em Aveiro, autarquia até agora liderada pelo independente Élio Maia, eleito pela coligação PSD/CDS.

Uma semana mais tarde, a candidatura de Ribau Esteves deu conta de um acordo subscrito pelos presidentes das concelhias dos dois partidos para concorrer em coligação à Câmara, à Assembleia Municipal e às dez Juntas de Freguesia do município.

Ribau Esteves é um dos autarcas que foi sujeito a uma ação interposta em tribunal pelo Movimento Revolução Branca para impedir a sua candidatura à Câmara de Aveiro, por entender que a mesma ofende a lei de limitação de mandatos.

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