Portugal e Espanha estão a desmentir as vozes mais pessimistas - Passos Coelho

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Porto Canal / Agências

Cuacos de Yuste, Espanha, 16 jan (Lusa) - Portugal e Espanha estão a desmentir as vozes mais pessimistas, com os primeiros sinais positivos de resultados das reformas estruturais, apesar das dificuldades que persistem, disse o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

"Ainda enfrentamos muitas dificuldades, nomeadamente ao nível do desemprego. Os nossos povos têm feito grandes sacrifícios. Mas hoje, de todas as partes, chegam-nos sinais de que em Portugal e em Espanha a situação está a ser invertida. Portugal e Espanha estão a desmentir as vozes mais pessimistas, e estamos ambos apostados na recuperação definitiva das nossas economias", afirmou em Espanha. O primeiro-ministro falava no Real Mosteiro de Yuste (Cáceres) onde hoje o Príncipe das Astúrias entrega o Prémio Carlos V ao presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

A cerimónia contou com as presenças, entre outros, do presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, da Extremadura, José Antonio Monago e o chefe da diplomacia espanhola, José Manuel García-Margallo.

Num discurso em que enalteceu o que tem sido feito, a nível nacional, pelos estados membros e, a nível conjunto, com a intervenção da Comissão Europeia, Passos Coelho sublinhou que no caso de Portugal os efeitos benéficos das reformas "se tornarão visíveis por muitos anos" e constituirão "a base da (...) prosperidade futura" do país.

Reformas estruturais, sublinhou, que tinham como objetivo tornar a economia "mais democrática, mais aberta à participação de todos" e que "implicaram escolhas difíceis, dado o estado muito difícil" em que o país se encontrava.

"Mas eram necessárias, e começamos gradualmente a ver os seus resultados a vários níveis. A mudança no perfil estrutural da nossa economia, que era uma mudança indispensável, é já um facto incontornável", disse.

"No caso de Portugal, a crise agudizou debilidades estruturais e desequilíbrios crónicos da nossa economia, que temos vindo a corrigir recorrendo a um conjunto de instrumentos diferente daquele de que dispusemos no passado. Esta circunstância torna o nosso trabalho mais árduo, mas permitirá encontrar soluções duradouras para um crescimento económico sustentável", disse.

Passos Coelho disse que, apesar da crise, a adesão ao euro continua a ter um "fortíssimo apoio popular e político em Portugal e em Espanha", num momento em que são necessárias respostas comuns aos desafios a que a Europa se enfrenta.

"Devemos sempre salvaguardar e ter presente esta condição indispensável, ultrapassando preconceitos e divisões artificiais entre norte e sul, entre centro e periferia, entre credores e devedores", disse.

"Precisamos de aprender com o preço que pagámos por não confrontarmos os nossos problemas e adiarmos as soluções. Precisamos de avaliar os custos da lentidão na execução das respostas. Precisamos de, sem receios injustificados, responder aos desafios do futuro para atendermos às aspirações de todos os povos europeus e das gerações vindouras", afirmou.

Na sua intervenção Passos Coelho destacou o papel da CE em "identificar o genuíno interesse europeu, quer na definição urgente de respostas para a crise, quer na construção de uma União Europeia mais forte e equilibrada para o futuro".

Motivo pelo qual a escolha do júri do Prémio Carlos V é "totalmente justificada", reconhecendo um homem "de ação e de compromissos e de diálogo" especialmente importantes nos momentos "particularmente adversos" dos últimos anos.

"Nos últimos dez anos, Durão Barroso singularizou-se como um convicto defensor do projeto europeu e um obreiro infatigável das profundas mudanças ocorridas, no plano institucional e no plano das políticas prosseguidas, que moldaram a União e a zona euro e preparam o seu futuro", disse.

"O legado que partilhamos e a dimensão da obra que temos por diante a todos obriga a um continuado sentido de urgência, de consistência e de união nas respostas às crises", afirmou.

A nível nacional, disse, é essencial continuar o caminho em curso e, a nível europeu, avançar no aprofundamento da união económica e monetária, procurando acelerar o processo de tomada de decisões e da sua implementação.

ASP // PGF

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