ONU alerta que uma em quatro pessoas terá escassez crónica ou recorrente de água em 2050
Porto Canal com Lusa
Pelo menos um quarto da população mundial em 2050 viverá num país com falta de água crónica ou recorrente, alertaram hoje as Nações Unidas, cujo secretário-geral, António Guterres, defendeu que o problema é de alta prioridade.
"A crescente crise de falta de água deveria estar muito mais em cima no radar do mundo", afirmou Guterres, no Dia Mundial da Água, indicando que é uma questão "de vida ou de morte".
Guterres falava no arranque de uma campanha que durará dez anos e através da qual a ONU quer melhorar a gestão da água a nível mundial, para evitar a "crise global" que se avizinha no contexto atual.
Cerca de 40% da população já sofrem com escassez de água, por causa da qual 700 milhões de pessoas poderão ter de sair do local onde vivem.
"Com a procura de água potável a crescer previsivelmente 40% em meados do século e com o impacto crescente das alterações climáticas, a escassez de água é uma preocupação enorme", reforçou António Guterres.
Governos de todo o mundo estiveram representados na apresentação da "década de ação" para a água na Assembleia-Geral da Organização.
Os objetivos da campanha são gerar vontade política para haver mais cooperação internacional e concertar os programas de poupança de cada país com os objetivos de desenvolvimento sustentável definidos pela ONU.
A campanha da ONU é lançada na semana em que dirigentes, empresas e organizações de 150 países estão reunidos no Fórum da Água, em Brasília, e que termina na sexta-feira.