Portugal/Síria: Eurodeputado Mário David critica divulgação de pedido por Lisboa

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Porto Canal / Agências

Estrasburgo, França, 15 jan (Lusa) - O eurodeputado Mário David (PSD) criticou hoje a divulgação, por Portugal, do contacto feito pelos EUA para avaliar a possibilidade de realizar o transbordo de material químico proveniente da Síria num porto nos Açores.

"Em primeiro lugar, na minha opinião, Portugal não deve divulgar que recebeu um pedido dos Estados Unidos, porque são questões de segurança internacional, e até para eventual segurança do espaço nacional, no caso de se vir a verificar esse mesmo transbordo", disse, em declarações à Lusa, Mário David.

O eurodeputado salientou que "Portugal deve participar, se for solicitado, neste esforço de retirar as armas químicas de um conflito como aquele a que assistimos na Síria e de ter a certeza de que elas vão para um local em que ficam controladas até serem destruídas".

"Devemos participar no esforço da comunidade internacional, mas devemos ser o mais discretos possível ao fazê-lo", sublinhou ainda.

As autoridades norte-americanas contactaram Portugal para avaliar a possibilidade de realizar o transbordo, mas ainda não houve decisão, disse à Lusa fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).

Em comunicado enviado à Lusa, o MNE afirma que Portugal foi um dos países contactados pelos Estados Unidos da América, que "procuraram apurar a disponibilidade, junto de vários parceiros, de estruturas portuárias para a operação de transbordo do material químico transportado a partir da Síria num navio dinamarquês para um navio norte-americano".

A Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), envolvida no programa de desarmamento químico na Síria, disse hoje desconhecer qualquer transbordo de químicos em Portugal, afirmando que a operação decorrerá num porto italiano ainda não identificado.

"Não posso confirmar nem negar o que o Governo português anunciou. É a primeira vez que ouço isso. Tudo o que eu sei é que o navio americano se encontraria com o navio dinamarquês - e possivelmente um norueguês - num porto em Itália, que aparentemente será identificado amanhã", disse à Lusa por telefone o diretor de relações públicas da OPAQ.

Michael Luhan acrescentou que a organização e os países envolvidos na operação de retirada e destruição das armas químicas sírias estão a divulgar o mínimo de informação possível sobre os movimentos da operação, por motivos de segurança.

"O movimento destes químicos representa um certo risco, que a OPAQ não vê como particularmente alto, a ideia é reduzir o risco ao mínimo absoluto e uma forma de fazê-lo é não publicitando onde certas coisas vão acontecer e quando", sublinhou o responsável.

IG (JH/FPA) // VM

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