Líder do PCP lamenta "frustração" e "revolta" na comunidade educativa

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 17 mar (Lusa) - O secretário-geral do PCP considerou hoje "natural" a existência de um clima de "frustração" e "revolta" na comunidade educativa, acusando o Governo de manter "aspetos estruturantes" das políticas de "direita" e dos executivos de José Sócrates.

Esta posição crítica foi assumida por Jerónimo de Sousa no discurso de encerramento de uma conferência nacional sobre educação promovida pelo PCP na Faculdade de Ciências de Lisboa, num discurso em que se referiu às "lutas desenvolvidas" na última semana no setor educativo.

"É natural a frustração e a revolta de uma parte significativa da comunidade educativa. Perante a alteração verificada na situação política nacional, acreditaram que o governo minoritário do PS pudesse avançar com um conjunto de medidas que não só estancassem a ofensiva contra a escola pública, mas, sobretudo, que avançasse medidas concretas para resolver problemas há muito identificados", referiu o líder comunista.

No entanto, de acordo com Jerónimo de Sousa, apesar de alguns avanços alcançados "por iniciativa e proposta do PCP", este Governo "não se libertou, também neste sector, dos compromissos anteriores com a política de direita".

"Sendo verdade que na atual legislatura o Governo do PS, numa fase inicial, estancou a ofensiva que vinha sendo seguida, aprovando mesmo um conjunto de medidas positivas, muitas delas propostas pelo PCP, cedo se percebeu que, em aspetos estruturantes da política de direita, manteve as orientações assumidas pelo PS no governo em legislaturas anteriores", apontou o secretário-geral comunista.

Jerónimo de Sousa defendeu depois que, no setor da educação, continua a verificar-se subfinanciamento, a par de "um processo de elitização que empurra os filhos das famílias desfavorecidas para um ensino profissional desvalorizado, impedindo que a esmagadora maioria tenha acesso ao ensino superior".

O secretário-geral do PCP insurgiu-se ainda com "a opção inqualificável que o Governo se prepara para fazer relativamente às crianças e jovens com necessidades educativas especiais, numa opção que, a concretizar-se, significará um rude golpe no objetivo de inclusão".

Trata-se de uma medida, sustentou, "na linha de segregação que o Governo anterior procurou implementar".

Jerónimo de Sousa, no seu discurso, criticou ainda "a manutenção de um regime de gestão extremamente limitado no plano democrático, numa escola que deve educar para a democracia".

"A ofensiva contra a escola pública só não foi mais longe devido à luta determinada da comunidade educativa - professores e educadores, auxiliares de ação educativa, outros técnicos de educação, estudantes, pais -, desenvolvida ao longo dos últimos 14 anos, nomeadamente as que foram realizadas nos últimos dias pelos docentes e pelos auxiliares de ação educativa", acrescentou.

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